
No final do ano passado, havia 14 476 pessoas em situação de sem-abrigo
Foto: André Rolo/Arquivo
O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) anunciou, nesta sexta-feira, que vai atribuir quatro milhões de euros a instituições com o objetivo de aumentar as vagas para acolher pessoas em situação de sem-abrigo. Segundo o inquérito de caracterização das pessoas em situação de sem-abrigo divulgado na quinta-feira, o número de cidadãos nesta situação voltou a aumentar, em 2024, para 14 476.
Numa nota enviada às redações, a tutela avança que, ao longo do último ano, o Governo "identificou a necessidade de requalificar os centros de alojamento temporário e aumentar o número de vagas para pessoas em situação de sem-abrigo". Nesse sentido, será publicado, na próxima segunda-feira, um aviso nacional no âmbito do programa PARES 3.0, destinado ao alargamento da rede de equipamentos sociais, no valor de quatro milhões de euros "para as instituições que estejam em condições de assegurar essas necessidades".
"Este apoio reitera o compromisso do Governo em reforçar a inclusão e os direitos das pessoas em situação de sem-abrigo", aponta o MTSSS, defendendo que as respostas de alojamento temporário são "fundamentais porque garantem segurança, condições básicas e um espaço de transição para soluções habitacionais permanentes e personalizadas".
O número de pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal atingiu, no ano passado, em 14 476, mais 1348 do que no ano anterior. Segundo o inquérito de caracterização divulgado na quinta-feira, o retrato de um sem-abrigo no continente é um homem português, solteiro e com pouca escolaridade. Do total de cidadãos identificados, 9403 eram pessoas sem teto, que vivem efetivamente na rua, e as restantes 5073 eram pessoas sem casa.
As zonas Lisboa, Alentejo e Norte eram as que concentravam mais sem-abrigo, havendo no caso específico das pessoas sem teto um elevado número de situações no Alentejo interior e no Algarve.

