Governo está "à espera" dos últimos dados da pandemia para reavaliar Natal, diz CDS
O vice-presidente do CDS, Sílvio Cervan, disse que o Governo está "à espera" dos dados desta quarta e quinta-feira sobre a covid-19 para decidir se endurece ou não as restrições do Natal. O partido está "muito desconfortável" com a campanha de vacinação.
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"Parece-nos que o Governo está a espera dos dados de hoje e de amanhã" [quarta e quinta-feira] para tomar uma decisão sobre se mantém as medidas já anunciadas para o Natal ou se, pelo contrário, adota mais restrições, afirmou Sílvio Cervan esta quarta-feira, à saída de uma audiência com o presidente da República, em Belém.
O dirigente do CDS recordou que a Europa tem registado números "absolutamente alarmantes" e que há vários Governos a pedir "uma certa moderação" aos seus cidadãos. Já depois das declarações de Sílvio Cervan, soube-se que, nas últimas 24 horas, houve mais 4720 infetados e 82 mortos em Portugal devido à covid-19.
O vice-presidente democrata-cristão recusou fazer "futurologia" quanto às eventuais medidas a adotar caso o Governo resolva endurecer as medidas para o Natal. No entanto, reforçou a necessidade de existir "algum controlo" na altura das festividades e criticou os "dados erráticos" que têm sido transmitidos pelo Governo.
CDS aceita campanha sem arruadas nas presidenciais
Sobre a campanha eleitoral para as presidenciais de janeiro, Cervan defendeu que as habituais arruadas "não devem ser feitas se não nouver condições de saúde para as fazer. A saúde dos portugueses está à frente de qualquer interesse mesquinho, partidário, ainda que este seja eventualmente muito legítimo", destacou.
O dirigente do CDS disse também que o partido está "muito desconfortável" com o plano de vacinação contra a covid-19. A título de exemplo, referiu o facto de estar previso que as vacinas venham a ser administradas em "centro de saúde pequenos, fechados e misturados com os outros doentes", ao passo que os países "mais evoluídos do mundo" estão a optar por espaços mais amplos.
O presidente da República está esta quarta-feira a ouvir os partidos políticos sobre a eventual renovação do estado de emergência entre 24 de dezembro e 7 de janeiro de 2021. O CDS deverá novamente abster-se quando o assunto for a votação no Parlamento. Será uma "abstenção preocupada com a saúde pública", assegurou Sílvio Cervan.