
Apesar do recurso ao ajuste direto, ainda falta contratar sete helicópteros
Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
Foram alugados 28 helicópteros este ano, nove deles por ajuste direto, e chegam mais sete até ao fim do mês.
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A Força Aérea conseguiu alugar, até agora, 28 helicópteros ligeiros de combate a incêndios e deverá conseguir mais sete até ao fim do mês. As aquisições decorrem num cenário em que escasseia a oferta de meios aéreos e, ao todo, os novos helicópteros deste ano já custaram 23 milhões de euros ao Governo.
No âmbito dos concursos públicos que ficaram parcialmente desertos por duas vezes, a Força Aérea pretendia contratar 33 helicópteros ligeiros por 35 milhões de euros (sem IVA), mas só conseguiu 19. O custo do aluguer dos 19 helicópteros "totaliza 12,4 milhões de euros" sem IVA, informou a Força Aérea, ao JN.
Uma vez que alguns lotes dos concursos públicos ficaram desertos, a Força Aérea decidiu alugar os restantes meios por ajuste direto.
Assim, aos 12,4 milhões gastos em 19 helicópteros por concurso público, juntam-se os 6,2 milhões de euros que custam os nove aparelhos que estão "em fase final de contratação" por ajuste direto, acrescentam. Ao todo, a Força Aérea já contratualizou o aluguer de 28 helicópteros por um total de 18,6 milhões de euros (cerca de 23 milhões de euros com IVA).
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Os 19 helicópteros contratados por concurso público já estão no terreno e integram, desde a semana passada, o reforço do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR).
No que toca à contratação dos nove aparelhos por ajuste direto, "foram contactadas quatro entidades" antes do ajuste, ressalva a Força Aérea, sendo que "nenhum destes helicópteros entrou ao serviço". Vão para o terreno "a partir de 1 de junho", frisam, na nova fase de reforço do DECIR.
Com os 28 alugueres, ficam a faltar cinco helicópteros ligeiros e dois aviões anfíbios pesados que, por falta de disponibilidade no mercado, serão substituídos por sete helicópteros, cinco médios e dois pesados. "Dadas as circunstâncias, estes [sete] helicópteros serão contratados por ajuste direto", revela a Força Aérea, acrescentando que, no caso dos pesados, a adjudicação "deverá ocorrer até 1 de junho para que a entrada em serviço ocorra até ao dia 1".
Portugal tem, atualmente, menos meios aéreos do que tinha no ano passado, embora a intenção inicial fosse ter mais. O processo está a cargo da Força Aérea, por via do Ministério da Defesa. O Governo "está a fazer de tudo" para conseguir mais meios, mas estes "não estão disponíveis no mercado", lamentou José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna.

