É preciso "ser humilde e reconhecer que temos de fazer mais" pela prevenção e combate de incêndios florestais, afirmou Tiago Oliveira, presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF). No entanto, assegurou que os recursos disponíveis são suficientes.
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No final da 8ª conferência internacional sobre incêndios florestais, que decorreu esta semana na Alfândega do Porto, o presidente da AGIF garantiu ao JN que Portugal tem recursos de combate suficientes mas que é necessário fazer uma gestão diferente.
"Temos que estar mais organizados, mais coordenados e mais sincronizados operacionalmente, para que num grande incêndio, o conhecimento que existe seja consumido por aqueles que tomam decisões", afirmou. Tiago Oliveira acrescentou que, além de ser necessário continuar a reforçar as instituições, é premente fazer uma melhor gestão de combustíveis e ter mais limpezas nas matas. Outra medida passa por pagar "mais ao proprietário pela boa gestão florestal" e penalizar quem não o faz.
Cooperação internacional
Na conferência, que juntou milhares de pessoas e na qual estiveram representados 80 países diferentes, debateu-se princípios de governação e orientações para a prevenção e para o combate aos incêndios. "Este quadro de referência dá um conjunto de orientações para que todos os países do mundo possam colaborar e balancear a prevenção e o combate, nomeadamente, nos orçamentos", explicou o presidente da AGIF.
Desta reunião de países, onde muitas ideias foram trocadas e muitas experiências partilhadas, surgiu um quadro de gestão de fogos, que tem o apoio de 30% da população mundial, estando o foco de trabalhos na prevenção "A aprovação deste quadro de referência já foi suportado pelo Brasil, pelos Estados Unidos, pela Austrália e pelos países e organizações da União Europeia, ou seja, cerca de 30% do mundo está a suportar este trabalho", afirma.
O presidente da República expressou o seu apoio, através de um vídeo, afirmando que "a governação e a sua abordagem são um fator importante na prevenção e combate aos incêndios". Salientou ainda a importância de existir um esforço conjunto, dizendo que esta conferência representa o compromisso de todos os países para com a floresta, que é inegavelmente um bem muito valioso.