Os quatro ativistas portugueses que foram detidos, em águas internacionais, por Israel vão ter de pagar a fatura do repatriamento para Portugal, segundo revelou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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Segundo o Governo, por "razões logísticas e de ordem prática", o Estado adiantou o dinheiro para as passagens, mas enviou agora um formulário de pedido de reembolso aos quatro detidos: Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves, que chegaram a Portugal no domingo à noite.
O destino era Gaza. Não era Israel, para onde fomos levados ilegalmente. O governo decidiu imputar o custo a quem levava ajuda humanitária contra o genocídio. Um governo decente mandaria a fatura ao genocida. Pagarei o bilhete, comprando a prova de que há ministros sem espinha.
- mariana mortágua (@MRMortagua) October 7, 2025
No X, a líder do Bloco de Esquerda confirmou que irá pagar a fatura, mas deixou um recado: "um governo decente mandaria a fatura ao genocida". Antes, Mortágua tinha agradecido ao cônsul e à embaixadora em Israel o acompanhamento dado aos quatro portugueses da flotilha humanitária, mas não o estendeu ao Governo, pela falta de apoio político.
"Quero aproveitar por fazer um agradecimento público ao acompanhamento consular que nos foi dado. Ao cônsul e à embaixadora, que prestaram todos os serviços, todo o apoio necessário. Fazendo este agradecimento público, faço-o à nossa estrutura diplomática, ao cônsul em Israel e à embaixadora em Israel, e não estendo este agradecimento ao Governo nem ao apoio político", disse a líder do BE.
Em declarações aos jornalistas em Leiria, onde entrou na campanha autárquica do partido - que, naquele concelho, concorre coligado com o Livre e o PAN - Mariana Mortágua disse "lamentar todas as ações políticas deste Governo relativamente à Palestina e as declarações que foram feitas em relação à flotilha. E queria que estas declarações encerrassem este tema, para que nos possamos focar nas autárquicas".
Antes, tinha assumido que é bom estar de volta: "É muito bom ter os pés no chão em Portugal, é muito bom estar na minha terra e entrar na campanha [autárquica]".