Greve fecha escolas, pára autocarros e deixa centros de saúde a meio gás em Braga
A greve da Função Pública deixou, esta manhã, em Braga, milhares de alunos sem aulas, utentes sem consultas e utilizadores dos transportes públicos sem viagens, gerando-se o caos nas estradas do centro da cidade.
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"Está fechada? Não vai haver aulas?", questionou Francisca Campos, logo que saiu do carro da mãe à porta da Escola Secundária D. Maria II. A estudante do 10º ano disse que não ficou surpreendida e a progenitora, Ana Carneiro, ainda ao volante, considerou a greve "mais do que justa".
Ângela Meireles, diretora do Agrupamento, adiantou ao JN que "cerca de 75%" dos auxiliares faltaram esta manhã ao trabalho e, por isso, "não havia condições de segurança" para abrir portas aos cerca de 1300 alunos que ali estudam.
O cenário repetiu-se em escolas como a EB 2,3 André Soares, a Escola Básica de S. Victor ou o Conservatório Calouste Gulbenkian. Na Escola Básica de S. Lázaro, perto das 9 horas, os pais aguardavam à porta por indicações. "Já tirei a tarde de férias, porque sabia que podia acontecer haver greve", confidenciou Natália Esteves, minutos antes da professora da filha aparecer ao portão. "Esta fica na escola, mas tenho outra filha, que está no 5º ano na André Soares, e não tem aulas", ressalvou a bracarense, logo a seguir.
Centros de saúde fechados e autocarros parados
No Centro de Saúde do Carandá, duas das quatro Unidades de Saúde Familiares, também, não estavam a funcionar. "Faltei ao trabalho para nada", lamentou Camila Silva, ao mesmo tempo que mostrava preocupação com a falta de transportes públicos.
Os Transportes Urbanos de Braga (TUB) deveriam, esta manhã, ter "cerca de 100 autocarros na estrada", mas "só quatro" é que estavam em marcha, adiantou Nuno Braga, dirigente sindical que esteve presente num piquete de greve à porta da empresa municipal, onde estavam reunidos mais de 50 motoristas.
O resultado da paragem dos autocarros e da greve nas escolas traduziu-se em engarrafamentos por várias artérias da cidade, ao longo de várias horas.
Em contraponto, no Hospital de Braga, os utentes com quem o JN se cruzou saíam da entrada principal sem queixas. Adelaide Silva, uma utente, admitiu que teve "uma atendimento muito rápido", embora se notasse "a falta de algumas funcionários".