A adesão à greve dos trabalhadores dos transportes coletivos (STUB) dos municípios de Bragança, Barreiro, Coimbra, Nazaré, Portalegre e Sintra, esta sexta-feira, situa-se entre os 90% e os 100%, "o que é um bom número", referiu Cristina Torres, dirigente do STAL (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional).
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Em Bragança, Barreiro e Nazaré, a paralisação é total. Em Coimbra, numa frota de mais de 300 autocarros, só estão a circular quatro, segundo os dados apurados até ao momento. "Temos uma boa adesão à greve, perto de 100% em alguns municípios e noutros a 90%. Oxalá o governo perceba as razões justíssimas destes trabalhadores para que as carreiras sejam repostas", explicou Cristina Torres ao Jornal de Notícias.
Os trabalhadores do STUB dos seis municípios convocaram uma paralisação de modo a alertarem e pressionarem autarcas e candidatos às eleições autárquicas para a precariedade das carreiras.
"A reposição das carreiras profissionais, nomeadamente a de Agente Único nos transportes municipalizados, o aumento dos salários, não inferior a 15%, num mínimo de 150 euros a subida do subsídio de refeição para 10,50 euros diários, bem como a atribuição do Suplemento de Penosidade, Insalubridade, bem como o respeito pelo gozo integral dos dias de férias e a melhoria das condições de trabalho", indicou o STAL
O protesto dois dias antes das eleições, marcadas para domingo, para revelar publicamente os problemas desta carreira que, segundo, Francisco Marcos, do STAL em Bragança, é tão pouco aliciante que não atrai jovens".
O dirigente sindical revelou que "em muitas autarquias tem havido dificuldade de contratação de motoristas", porque a carreia tem "muitas exigências e pouca compensação", salientou.
Em causa estão milhares de trabalhadores dos seis municípios que "têm visto as condições de trabalho degradar-se", sem valorização salarial, "pois há muitos anos ganham o salário mínimo, apesar da responsabilidade ter aumentado", referiu Francisco Marcos. O sindicalista deu conta que "há trabalhadores com 20 anos de carreira que têm o mesmo salário".
Na origem da luta está a desvalorização da profissão designadamente dos Agentes Únicos e os trabalhadores das oficinas que exercem a profissão de mecânico, cujas carreiras específicas foram "amassadas" com a implementação da Lei 12-A/2008, as integrou na carreira geral de Assistente Operacional.