Ministra da Saúde rejeita que os doentes crónicos estejam obrigados a uma credencial dos médicos de família para serem vacinados contra a gripe A, salientando que essa declaração pode ser assinada por outros clínicos.
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Reagindo às críticas feitas pelo BE, Ana Jorge considerou que deve existir alguma "falha de informação" porque, de acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde, "todos os doentes crónicos que têm indicação para vacinação têm que se dirigir ao centro de saúde com um documento do seu medico assistente, seja ele de onde for: privado, de um hospital [público], centro de saúde ou de um subsistema".
O grupo parlamentar do BE sustentou que alguns centros de saúde "estão a exigir, como condição para a vacinação, a existência de uma consulta prévia com o médico de família, não obstante os doentes serem portadores de uma credencial emitida por um especialista hospitalar a comprovar a sua patologia".
"Existem milhares de doentes que não têm sequer médico de família. Esta exigência implicaria, à partida, sujeitarem-se à marcação de uma consulta de recurso e ao compasso de espera que lhe é inerente", critica o BE.
No entanto, a ministra rejeitou essas acusações, considerando que a declaração pode ser assinada por outros médicos.
Nesse documento, "em compromisso profissional de honra", o médico declara que aquele doente "tem uma patologia que se insere nos grupos de risco" e não é obrigado a dizer qual "a condição clínica porque está sujeita a sigilo profissional".
Qualquer um desses documentos "é suficiente para as equipas dos centros de saúde fazerem a vacinação", afirmou a ministra, que desafiou o Bloco de Esquerda a indicar quais são as unidades que recusam ministrar a vacina aos doentes crónicos.
Esses centros de saúde serão "obviamente chamados a cumprir as directivas da Direcção-geral de Saúde", frisou a governante.
Nas declarações aos jornalistas, à margem do congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a ministra reafirmou ainda que a "grande maioria" dos doentes portugueses que morreram com a gripe A "tem um ou outro factor de risco".
Para prevenir isso, é necessário que os portugueses adiram à vacinação, explicou a ministra, que se mostrou satisfeita com o número de pessoas que têm procurado os centros de saúde.
"Pela primeira vez nós temos a possibilidade de termos uma pandemia com vacina em tempo útil e penso que as pessoas têm de ter essa consciência", explicou.