A taxa de risco de pobreza caiu dois pontos percentuais em 2021. Para a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esta é "a maior redução num ano da taxa de pobreza". Ana Mendes Godinho fala ainda num "resultado histórico" e mostra-se confiante de que o país vai atingir as metas para 2030 inscritas na Estratégia Nacional de Combate à Pobreza.
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Em causa estão os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma redução da taxa de risco de pobreza. De acordo com o INE, a taxa é agora de 16,4%, menos dois pontos percentuais do que em 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19.
"Estes são números históricos do ponto de vista da capacidade coletiva de redução da pobreza em Portugal e que, acima de tudo, também refletem o facto de conseguirmos ter retomado a trajetória positiva da melhoria dos rendimentos, das condições de vida e do combate à pobreza depois do ano difícil que tivemos durante a pandemia", referiu Ana Mendes Godinho, em conferência de imprensa.
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Segundo a governante, esta é "a maior redução de sempre num ano da taxa de risco de pobreza em Portugal". "Esta redução reflete-se em todos os grupos de população analisados: nas crianças, nos adultos em idade ativa, nos reformados, nos trabalhadores e também nos desempregados. Nas famílias com três ou mais crianças, é importante a redução da taxa, que baixou para metade face a 2015, refletindo também a aposta que temos feito de apoiar as famílias com crianças"", notou.
No que toca à taxa de risco de pobreza ou exclusão social, que caiu de 22,4% para 19,4%, a governante considera que "também aqui temos um resultado histórico em 2022". "É a maior redução de sempre. Isto significa, em números absolutos, que temos menos 300 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão em 2022 face a 2021. Se compararmos com 2015, temos menos 734 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão", sublinhou a ministra, destacando ainda a importância da redução da taxa de desigualdade.
"Penso que este é um desígnio coletivo de todos nós para garantirmos que há uma melhor distribuição da riqueza e um combate às desigualdades. Acho que estes números também evidenciam o caminho que temos traçado de forma conjunta para atingir as metas que nos propusemos no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza", disse.
Para Ana Mendes Godinho, caso se mantenha "este ritmo de recuperação", o país conseguirá atingir os objetivos inscritos na Estratégia Nacional de Combate à Pobreza para 2030. "Isto demonstra que políticas públicas fortes, direcionadas ao investimento social mas também à valorização dos rendimentos do trabalho, são determinantes para estes resultados coletivos que estamos a conseguir atingir. Não há fatalismos, nem diabos que coletivamente não consigamos responder", afirmou.