Os militantes do Chega reúnem-se em Viana do Castelo entre hoje e domingo e apresentaram 32 moções que vão ser discutidas e votadas no sábado. As críticas à imigração constam de cinco moções, mas também há quem queira a tropa obrigatória, o regresso do hino às escolas ou o fim do conceito de identidade de género.
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Os temas escolhidos pelos militantes do partido são vários, mas há traços ideológicos comuns, mais ou menos saudosistas, em grande medida inspirados na extrema-direita europeia. Eis o que os militantes do Chega propõem:
- <p>A reintrodução do serviço militar obrigatório enquanto “medida de defesa nacional” e “alavanca de coesão social, desenvolvimento pessoal e compromisso cívico”;</p>
- <p>A reintrodução da prática de se cantar o hino na sala de aula enquanto “passo vital para incluir um sentimento de orgulho e de pertença nacional desde cedo”;</p>
- <p>A restrição das mensagens de movimentos LGBT+ e Black Lives Matter às idades adultas, pois “representam ideologias que não se alinham com os valores tradicionais”;</p>
- <p>“Acabar com o conceito de identidade de género” é o que propõe a moção da Distrital do Porto. “Vivemos num mundo da ilusão trans, apresentado como a grande virtude, acompanhada da destruição da família”;</p>
- <p>A imigração “deve ser vista numa ótica de mais-valias”;</p>
- <p>Travar “a substituição demográfica” resultante da imigração, para resolver “problemas de segurança” e desvirtuação de costumes e tradições;</p>
- <p>Acabar com o Acordo Ortográfico e “retirar à Esquerda a primazia da linguagem da qual se apropriou” com o objetivo de “controlar a mente dos menos preparados”;</p>
- <p>Defender o Alojamento Local e as forças de segurança, em particular a PSP e a GNR;</p>
- <p>Limitar os parques solares fotovoltaicos no Algarve;</p>
- <p>Criar um círculo de compensação eleitoral e valorizar os distritos com menos população;</p>
- <p>Reformar o Estado contra a corrupção e reduzir o número de deputados;</p>
- <p>Implementar medidas de defesa dos idosos, dos jovens que procuram habitação e da indústria do calçado.</p>
As moções vão ser votadas e algumas podem não representar as ideias da maioria dos militantes do Chega. Realce, ainda, para a moção que acaba com a frase “é a hora de mostrar como é ser português”, atribuindo-a a Luís Vaz de Camões, em "Os Lusíadas". A frase não consta daquele clássico da literatura portuguesa nem é de Luís Vaz de Camões.