O Hospital S. João, o Centro Hospitalar Lisboa Central (São José) e a ULS do Litoral Alentejano pediram ao Governo mais meios humanos para lidar com o eventual agravamento da situação da infeção por Covid-19. A revelação foi feita esta terça-feira à tarde no Parlamento pela ministra da Saúde, onde está a ser ouvida.
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A ministra Marta Temido revelou aos deputados da Comissão da Saúde que a abertura do novo serviço de urgência da ULS do Litoral Alentejano vai ser antecipada para lidar com esta situação, mas não concretizou qual o reforço de meios humanos que foi pedido pelas administrações hospitalares.
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A Ministra da Saúde revelou ainda que será publicado um despacho para autorizar a aquisição imediata de medicamentos, dispositivos médicos e equipamento de proteção individual, num reforço de 20% de stock face ao consumo real estimado para este ano.
Marta Temido revelou ainda que a Linha SNS24 já foi reforçada com 100 enfermeiros, tal como o JN adiantou na edição de sábado, e o secretário de Estado da Saúde, António Sales, garantiu que "logo que seja necessário serão ativados corpos de bombeiros" mas que este "é um processo dinâmico, flexível e proporcional".
A ministra revelou ainda que há muitas pessoas a colocar à linha SNS 24 questões como quais os locais onde podem adquirir máscaras e materiais de desinfeção e que isso também tem contribuído para o entupimento da linha, apelando a que questões menos importantes sejam colocadas por email.
Vários deputados confrontaram a governante sobre as queixas da falta de informação e de formação relatadas pelos representantes dos profissionais de saúde. Marta Temido respondeu que cabe às hierarquias dos serviços consultar e transmitir as informações e que, em caso de dúvida, devem ser contactadas as administrações regionais de saúde.
"Estamos cá para melhorar a informação. Agora isso não pode desresponsabilizar ninguém do esforço próprio", principalmente dos profissionais de saúde, disse.
O deputado André Ventura, do Chega, criticou contradições na informação veiculada, designadamente pela diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, por dizer "uma coisa de manhã, outra à tarde e outra à noite". "Tem que ter mão na sua DGS", frisou.
"Tenho a total confiança na DGS", sublinhou Marta Temido, acrescentando que em surtos anteriores, a entidade "tem provado a sua capacidade de resiliência e de aconselhamento técnico", sem personalizar a resposta.