A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) teve conhecimento da "existência de outras trocas de cadáveres" no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, além daquela ocorrida em novembro do ano passado. No caso de 2022, um dos corpos foi indevidamente recolhido pela agência e cremado contra a vontade da família.
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A reguladora adverte, nas deliberações do segundo trimestre de 2023 conhecidas esta quarta-feira, o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) a cumprir, "de forma permanente e efetiva, os procedimentos post mortem em vigor". Além disso, a ERS diz ser preciso "garantir a adequada formação de todos os colaboradores" envolvidos nos respetivos procedimentos, através de ações periódicas.
Além do caso da troca de dois cadáveres, em novembro do ano passado, erradamente identificados no Hospital de Faro, a reguladora admite conhecer "outras trocas de cadáveres ocorridas" no mesmo centro hospitalar. No exemplo de 2022, um dos corpos "foi indevidamente recolhido pela agência funerária para cremação, a qual se veio a concretizar contra a vontade da respetiva família".
Na sequência do caso de 2022, o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve abriu um processo de inquérito e o respetivo conselho de administração da unidade hospitalar pôs o lugar à disposição.
No entanto, a ERS afirma que, apesar do CHUA ter implementado "ao longo dos anos, diversos procedimentos/normas relativos à identificação de cadáveres e à sua subsequente entrega aos familiares e/ou agências funerárias", continuam a verificar-se falhas cometidas pelos profissionais.
"Urge garantir uma plena interiorização e assunção das obrigações em causa, bem como a adequação permanente do comportamento do prestador, o que só ocorrerá se os procedimentos existentes forem efetivamente cumpridos e respeitados pelos profissionais", lê-se na deliberação divulgada esta quarta-feira.