O centro de vacinação da Cidade Universitária, em Lisboa, suspendeu a partir das 14.30 horas desta segunda-feira, a vacinação no regime "casa aberta". Várias pessoas abandonaram o centro de vacinação e foram à procura de vacinas noutros locais. O atraso na vacinação sujeitou idosos com agendamento a esperar cerca de duas horas ao vento e ao frio.
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As senhas para a modalidade casa aberta acabaram por volta das 14 horas. Celeste Cairo, de 88 anos - conhecida por "Celeste dos cravos" por, no 25 de abril de 1974, ter distribuído flores aos militares que participavam na revolução -, acompanhada pela filha, decidiu ir embora depois de a informarem que já não havia mais senhas. Um bombeiro presente no local aconselhou-a a dirigir-se ao Centro de Vacinação do Picadeiro, na Calçada da Ajuda, onde ainda haveria atendimento em casa aberta.
Dezenas de pessoas aglomeram-se à porta do centro de vacinação e não era possível perceber onde terminava a fila dos agendamentos. Muitos idosos encontravam-se sentados, junto da fila, em cadeiras fornecidas pelos bombeiros. O vento e o frio levou-os a clamar por mantas, mas não havia agasalhos no local.
Apesar da confusão, várias pessoas continuaram a chegar ao longo da tarde com a esperança de serem vacinados sem marcação. Um dos bombeiros responsáveis aconselhava as pessoas a voltarem no dia seguinte, de manhã. "Antes de almoço é a melhor hora", dizia.
Graciela Simões, médica de 72 anos, encontrava-se pelas 16.30 horas à espera num grupo de 7 pessoas sem agendamento, ainda com esperança de ser vacinada. "Vamos ser atendidos, não sabemos é quando", disse. "Estivemos 2 horas à espera sem informação", lamentou.
O JN tentou obter esclarecimentos junto de responsáveis do centro de vacinação e quantas pessoas foram vacinadas na modalidade de agendamento e casa aberta, mas não houve disponibilidade.