O presidente da IL, Rui Rocha, quer ouvir o filho do presidente da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras no Parlamento. A ex-secretária de Estado Berta Nunes fala do ofício enviado por Belém, onde constava um excerto de um e-mail que referia que as crianças deviam beneficiar do fármaco em Portugal.
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A Iniciativa Liberal quer ouvir o filho do presidente da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Em Condeixa-a-Nova, Rui Rocha anunciou que apresentará um requerimento para chamar Nuno Rebelo de Sousa ao Parlamento. E, após o chumbo do PS ao pedido para serem ouvidos Marta Temido e Lacerda Sales, avisou que um “bloqueio” à audição do filho de Marcelo demonstrará que “há uma intenção clara e deliberada do PS de impedir que se esclareça os portugueses”.
“Não há outra alternativa, a não ser chamar ao Parlamento o dr. Nuno Rebelo de Sousa, que tem sido citado em vários momentos como tendo tido algum tipo de intervenção”, insistiu Rui Rocha, prevendo que o requerimento será discutido na próxima reunião da Comissão da Saúde. Se for travado pelo PS, a IL terá de “entrar, mais uma vez, com um requerimento potestativo”.
A seu ver, é “fundamental” que o filho de Marcelo possa “apresentar a sua versão dos factos” e “contribuir para a descoberta da verdade, que, de alguma maneira, ficaria inviabilizada com o chumbo do PS”.
Contestou, ainda, o “bloqueio” da maioria absoluta às audições de Marta Temido e Lacerda Sales. Quando “é preciso dizer aos portugueses se os recursos do SNS estão a ser bem utilizados ou não”, considerou que o chumbo do PS às duas audições foi “pouco sustentado”. A propósito do argumento de que apenas são chamados governantes em funções, recordou várias audições de ex-membros do Executivo, pedidas pelos socialistas, como as de Sérgio Monteiro, Pires de Lima ou Matos Fernandes.
Beneficiar do fármaco
Quem garantiu estar disponível para ir ao Parlamento foi Berta Nunes, antiga secretária de Estado das Comunidades. Já confirmou ter recebido de Belém uma carta e dois relatórios médicos, que encaminhou para a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas. E rejeitou qualquer interferência.
Numa entrevista à CNN, Berta Nunes falou do ofício que recebeu da Casa Civil do presidente da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. No documento, constava um excerto de um e-mail, enviado para a Casa Civil, que referia que as gémeas “deviam beneficiar” do medicamento em Portugal, embora já estivessem a receber tratamento no Brasil.