Jerónimo acusa PS de "agitar o espantalho" da instabilidade para pedir maioria absoluta
O secretário-geral do PCP tem insistido, durante a campanha da CDU, que o país "não pode andar para trás" e que tal pode acontecer se o PS "tiver as mãos livres" para governar. No comício desta sexta-feira, em Faro, Jerónimo de Sousa foi mais longe e acusou o PS de "agitar o espantalho" da instabilidade para reclamar maioria absoluta, "sem falar nela".
Corpo do artigo
Em mais uma noite de comício, desta vez na baixa de Faro, Jerónimo de Sousa reiterou que os avanços alcançados na última legislatura tiveram a marca da CDU, sobretudo em matérias que dizem respeito à "reposição, defesa e conquista de direitos e rendimentos dos trabalhadores".
Num discurso em linha com os últimos, o líder comunista deixou claro: o PCP não é um partido de protesto. "É por isso que aqueles que diziam que o PCP e a CDU só servia para protestar, que não contribuía com propostas e projetos, são os mesmos que hoje não nos perdoam o papel que tivemos nesta nova fase da vida política nacional", lançou no jardim Joaquim Bívar.
O secretário-geral do PCP pediu à plateia para dar "mais força à CDU" para evitar que o PS de António Costa prossiga com "a política de Direita" e prometeu dar voz aos problemas do Algarve, tais como o "absoluto desprezo pelas atividades produtivas" da pesca, agricultura e indústria.
Jerónimo de Sousa não alinhou dançar o corridinho algarvio no momento musical que antecedeu o comício, mas foi "ao povo do mar, aos que vivem lá no alto da serra, no barrocal ou nesta cidade de Faro" que dedicou grande parte do discurso. Disse que a região não pode ficar exposta "à chantagem, à gula e ao estoiro das grandes companhias aéreas ou de agências de viagens gigantescas" e pediu mais investimento na área da Saúde. "Exige-se que se avance para a construção de um novo Hospital Central no Algarve a par do reforço dos cuidados primários".
Paulo Sá, o deputado do PCP eleito por Faro que termina agora o mandato na Assembleia da República, apoiou-se nos números para justificar o trabalho desenvolvido nos últimos oito anos. "No último ano, os nove deputados eleitos pelo Algarve fizeram 156 perguntas e requerimentos ao Governo sobre assuntos relativos à sua região, sendo que 64% foram feitas pela CDU, ou seja, a CDU fez mais com um deputado do que PS, PSD, BE e CDS fizeram com os restantes oito deputados", lembrou o agora mandatário da campanha em Faro.