O secretário-geral comunista avaliou hoje o debate televisivo da véspera entre os líderes de PS e PSD como um "empate do bloco central", alegando que os protagonistas "ou calaram" ou "não tinham nada que discutir" sobre "matérias de fundo".
Corpo do artigo
Jerónimo de Sousa fazia declarações aos jornalistas à margem de uma visita à Associação de Deficientes das Forças Armadas [ADFA], em Lisboa, onde se reuniu com os seus dirigentes.
"Pois, é esse pedregulho que eles não conseguem remover", afirmou, ironicamente, quando questionado sobre se o confronto entre António Costa e Rui Rio se tinha saldado por um "empate do bloco central", apesar de analistas terem dado, segunda-feira, o presidente do PSD como triunfador da discussão com o primeiro-ministro.
Para o líder do PCP, "não foi um debate entre dois candidatos a primeiro-ministro, foi um debate entre dois candidatos a deputados que serão ou não eleitos no dia 06 de outubro".
"Em relação a matérias de fundo ou calaram - já vimos aqui o exemplo da legislação laboral, onde convergiram -, em relação às imposições da União Europeia convergem - portanto, não tinham nada que discutir. Quem viu, com certeza, aprendeu alguns conceitos económicos que ali foram colocados", continuou.
Segundo o secretário-geral comunista, "em relação a matéria de facto, aquilo que fez" o país "andar para trás teve sempre o acerto entre PS e PSD" e "aquilo que o PS conseguiu", perante as propostas do PCP, "dar o acordo, permitiu avançar", sendo esta "a questão que está colocada nestas eleições".
"O debate é mais um debate. Esclarecendo, repetindo, mais uma vez, vamos eleger 230 deputados que, conforme a própria arrumação de forças que tiver a futura Assembleia [da República] é que sairá o Governo", concluiu.