A ministra dos Assuntos Parlamentares afirmou, esta terça-feira, que a requalificação do espaço onde terá lugar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) "justifica" que a equipa do coordenador do evento, José Sá Fernandes, continue em atividade até dezembro de 2024. Ana Catarina Mendes revelou também que já estão inscritos 495 mil peregrinos e que o plano de mobilidade para o evento será conhecido, "seguramente, até ao fim de março".
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"A seguir à Jornada haverá ainda coisas para fazer", afirmou a governante, no final de uma audição sobre a JMJ, no Parlamento. No entender de Ana Catarina Mendes, isso "justifica" a extensão do período de atividade do grupo de projeto do evento, de modo a que, terminada a JMJ, se "continue o trabalho de requalificação".
A equipa de Sá Fernandes permanecerá, assim, em funções até cerca de 16 meses após a realização do encontro. A ministra não respondeu às perguntas sobre a quantia total a gastar com os salários do grupo em questão.
Questionada por vários partidos sobre a pertinência da decisão de estender o prazo dos trabalhos da equipa, Ana Catarina Mendes insistiu que "há muito que era desejado" que a zona ribeirinha de Lisboa e de Loures fosse "requalificada e posta ao serviço das populações". Após a JMJ, o objetivo é que o local lhes seja "devolvido", de modo a que os habitantes possam "usufruir de um grande espaço de lazer". Desse modo, ficará concluído um processo ali iniciado por altura da Expo 98, frisou.
"Estas coisas demoram", argumentou a governante, lembrando que, após um evento desta magnitude - disse esperar entre 1,5 e 2 milhões de peregrinos -, "é também preciso fechar contas" e concluir outras atividades. Embora o grupo de projeto permaneça em funções até ao fim de 2024, Ana Catarina Mendes esclareceu que as Câmaras de Lisboa e de Loures terão sempre "autonomia" para decidir o que fazer no espaço da JMJ.
Já há 495 mil peregrinos inscritos
A ministra dos Assuntos Parlamentares anunciou também que o plano de mobilidade para a Jornada será divulgado, "seguramente, até ao fim de março", explicando que toda essa preparação "demora algum tempo". O Governo está a trabalhar para garantir que, entre 1 e 6 de agosto, o país tem a capacidade de receber até 2 milhões de pessoas.
De modo a garantir a fluidez nos transportes públicos sem que os peregrinos "congestionem as bilheteiras", Ana Catarina Mendes referiu que está a ser preparado um "Kit do Peregrino", destinado a todos os que participem no evento, que deverá incluir "um passe mais barato".
A governante também revelou que, até esta terça-feira, já se inscreveram um total de 495 421 peregrinos na JMJ. A nacionalidade dominante é a espanhola, com 52 824 inscritos, seguindo-se a francesa e a portuguesa.
Estado vai gastar até 26 milhões de euros
Ana Catarina Mendes quis esclarecer algumas "imprecisões" em torno do montante que o Estado estima investir na JMJ, referindo que estão previstos "até 26 milhões de euros" para esse efeito e assegurando que o Governo está "a fazer tudo o que é possível para conter os gastos". Recorde-se que, segundo o que tem sido noticiado, o investimento estatal na Jornada poderia ascender a 36,5 milhões de euros.
Dos 26 milhões estimados, a ministra afirmou que seis milhões se destinaram à remoção dos contentores do parque do Trancão, revelando que "foi hoje retirado o último".
Os restantes 20 milhões serão aplicados em áreas como as despesas do grupo de projeto, soluções multimédia, instalações sanitárias, transmissão televisiva da JMJ, a garantia da ponte militar, a promoção de Portugal no estrangeiro ou o apoio à imprensa nacional e estrangeira, além da elaboração dos planos de mobilidade, de segurança e de saúde.
Ana Catarina Mendes garantiu ainda que todos os contratos celebrados no âmbito da JMJ serão fiscalizados pelo Tribunal de Contas.