José Luís Carneiro é o primeiro candidato à liderança do PS e quer eleição imediata

José Luís Carneiro quer eleições internas antes das autárquicas para poder escolher candidatos às câmaras, o líder parlamentar e viabilizar o Governo da AD. O ex-ministro da Administração Interna ainda vai esperar pela decisão da Comissão Nacional do PS, sábado, para confirmar que há eleições. “Decidi disponibilizar-me, mantendo o diálogo com os meus camaradas, para servir o PS e o país”, afirmou, à CNN.

José Luís Carneiro disputou a liderança do PS com Pedro Nuno Santos, há um ano e meio. “Tenho um dever constituído a partir do momento em que fui candidato”, justifica agora, ainda mais porque “hoje a responsabilidade é acrescida com a crise política que estamos a viver”.

Pedro Nuno Santos deixa a liderança no sábado, dia em que a Comissão Nacional decide se há eleições e quando. Até lá, segundo a proposta que está em cima da mesa, será Carlos César a assumir interinamente o cargo de secretário-geral.

“É uma proposta que me parece adequada”, reagiu José Luís Carneiro, que também tem calendário: “A eleição pode ser feita até fim de junho ou princípio de julho, mas há sempre a possibilidade para fazer a eleição do secretário-geral e realizar o congresso depois das autárquicas”.

Isto permitiria que já existisse secretário-geral nas autárquicas e no momento da viabilização do programa do Governo, que é mesmo para viabilizar, clarifica: “O PS deve ser claro no que respeita à garantia de viabilização do Governo porque é isso que os cidadãos nos pedem”. De fora fica a solução de Bloco Central, assegura.

Fernando Medina e Alexandra Leitão têm sido apontados como possíveis candidatos ao PS. Esta segunda-feira, o ex-ministro das Finanças cancelou uma entrevista à SIC depois de se saber que José Luís Carneiro daria a entrevista à CNN.

O último ministro das finanças de António Costa

Fernando Medina Maciel Almeida Correia, nascido no Porto e residente em Lisboa, foi o último ministro das Finanças do PS. Licenciado em economia, fez carreira como académico e mais tarde como assessor do PS de António Guterrres. Chegou a secretário de Estado pela mão de José Sócrates em 2005 e a vice-presidente da Câmara de Lisboa pela mão de António Costa, em 2013. Subiu a presidente em 2015 e foi eleito para novo mandato em 2017. Em 2021 perdeu contra Carlos Moedas e, um ano depois, foi nomeado ministro das Finanças, até 2024.

A ex-líder parlamentar fiel a Pedro Nuno Santos

Alexandra Ludomila Ribeiro Fernandes Leitão nasceu em Lisboa, onde se licenciou em Direito e foi professora universitária. Foi assessora em vários governos do PS, até chegar a secretária de Estado da Educação em 2015. Em 2019, subiu a ministra da modernização, cargo que exerceu até 2022, tendo regressado nesse ano ao Parlamento. Dois anos depois foi eleita líder parlamentar, mas não se recandidatou a deputada nas eleições de anteontem, pois é candidata à Câmara de Lisboa em outubro. É da ala mais à esquerda do PS, de Pedro Nuno Santos.