Os helicópteros Kamov alugados pelo Estado a uma empresa da Ucrânia receberam, quinta-feira à noite, autorização para voar. As aeronaves aguardavam pelo fim do processo de certificação, a cargo da Autoridade Nacional de Aviação Civil, que está concluído.
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A informação enviada por fonte oficial da ANAC ao JN dá conta de que "foi emitida autorização para os cinco Kamov operados pela Rosavia".
Em causa estão três helicópteros que Portugal aluga anualmente à Ucrânia e que estavam estacionados no hangar de Macedo de Cavaleiros, aos quais se somam mais dois, alugados pela Força Aérea Portuguesa, que também passam a integrar no imediato o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR).
Os cinco helicópteros deveriam ter entrado ao serviço às primeiras horas de quinta-feira, data em que entrou em curso a "fase Charlie" do DECIR, que vai de 1 a 30 de junho.
No entanto, a certificação das condições das três aeronaves tem de ser emitida pela ANAC e houve a necessidade de pedir mais informações a Kiev.
Pelo que o JN apurou, os constrangimentos decorrentes da guerra naquele país atrasaram a emissão dos novos documentos necessários à emissão da certificação. A documentação chegou ao início do dia de quinta-feira e, ao início da noite, a ANAC emitiu a autorização.
Quanto aos dois helicópteros Kamov adicionais, só entram em operação agora devido a atrasos na contratação por parte da Força Aérea Portuguesa. Esta entidade já justificou que não conseguiu contratar, até ao momento, todos os meios aéreos pretendidos para o combate a incêndios "fruto da indisponibilidade do mercado internacional".
Ao JN, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil detalhou que muitos pilotos são ucranianos e estão na guerra a combater, o que fez com que muitos países europeus tivessem mais dificuldade em alugar meios. Ao mesmo tempo, a guerra está a consumir as matérias-primas e a mão de obra necessárias à reparação das aeronaves.