Um grupo de estudantes do Mestrado Integrado de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desenvolveu uma lancheira feita em cortiça, com o objetivo de criar um produto amigo do ambiente e que possa ser reaproveitado
Corpo do artigo
A ideia partiu do professor João D"Orey, que, na unidade curricular de Gestão e Empreendedorismo, apelou a que Alexandre Jorge, Ana Silva, Cindi Costa, Francisco Brandão, Margarida Oliveira, Raquel Caracitas e Rodrigo Moreira criassem um modelo de negócio sustentável centrado na economia circular.
"Mais concretamente, que desenvolvessem um produto inovador que permitisse reduzir a utilização de plásticos, descartáveis e não descartáveis, e outros materiais de uso único, que fosse durável e que simultaneamente tivesse um impacto positivo ao longo do seu ciclo de vida", explica o professor.
Por sua vez, os alunos destacam que a cortiça "fazia sentido, já que é um produto 100% natural e endógeno de Portugal, do qual é o maior produtor mundial". O facto de ser um material que pode ser personalizado e moldado de acordo com as necessidades do cliente também contribuiu para a escolha. Por outro lado, este material também ajuda à polivalência da lancheira, contendo vários recipientes de diferentes dimensões, sendo adequada para o uso diário.
O projeto é feito em parceria com uma empresa do Grupo Amorim, a Amorim Cork Composites, maior produtor mundial de cortiça.
De acordo com a equipa que desenvolveu o projeto da lancheira, esta poderá ter uma "segunda vida", uma vez que os recipientes "podem ser entregues e reutilizados como matéria-prima na produção de pavimento flutuante".
Temos de garantir que o produto obedece a determinadas características técnicas e obter a certificação para o uso alimentar
João D"Orey revela que a lancheira deverá estar no mercado no prazo de um ano, através de uma "startup" que será criada na Universidade. "Estamos ainda com algumas fases pela frente até à chegada ao mercado. Temos de garantir que o produto obedece a determinadas características técnicas, como, por exemplo, estar apto para ser lavado na máquina de lavar loiça, para ir ao micro-ondas para aquecer a comida que transporta, e obter a certificação para o uso alimentar, cujo processo já está em marcha, ou seja, estamos na fase de configuração final do produto", descreve.
Para além do uso diário dos consumidores, o grupo responsável pelo projeto quer ainda firmar parcerias com restaurantes e eventos, para a utilização massiva deste tipo de objeto.