O ex-ministro das Finanças, João Leão, garantiu que "desconhecia em absoluto" o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, antiga administradora da empresa.
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Na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da TAP, Leão também afirmou que os 55 milhões de euros pagos a David Neeleman resultaram de uma negociação: inicialmente, garantiu, o ex-acionista pedia 224 milhões.
"Só tive conhecimento da saída de Alexandra Reis depois de ela já ter saído, quando houve um comunicado da TAP à CMVM", afirmou João Leão, dizendo ter tomado conhecimento da informação através da comunicação social. O comunicado em causa foi emitido no final de 2022.
Leão, que era ministro à data da saída de Alexandra Reis, negou por várias vezes aos deputados ter sabido da quantia. Afirmou que essa informação lhe devia ter sido comunicada pela ex-CEO ou pelo "chairman", Manuel Beja, o que não terá ocorrido.
Fundos airbus lesaram TAP
Sobre os 55 milhões pagos para que Neeleman deixasse a TAP, Leão disse que este começou por pedir 244 milhões, o valor da capitalização. Aceitou negociar para não partir "em litígio" para as negociações com Bruxelas sobre o plano de reestruturação, algo que "fragilizaria" ainda mais a empresa. Outro motivo foi a necessidade de evitar uma "nacionalização forçada", que criaria dúvidas a investidores.
O ex-ministro também disse não ter tido conhecimento dos fundos Airbus, com os quais Neeleman terá capitalizado a TAP com dinheiro da própria companhia. Leão disse ter "muita dificuldade em perceber essa operação", vincando que, a ser verdadeira, esta terá lesado "os interesses da TAP em benefício de um acionista privado".