Marcelo recuou depois das críticas e já não vai ter quatro refeições de Natal, mas sim apenas uma. Rui Rio reduziu para metade o número de pessoas da sua consoada e André Silva vai a Viseu mostrar o filho recém-nascido aos sogros. O primeiro-ministro passa o serão em isolamento, em São Bento.
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O presidente da República e recandidato ao cargo, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou esta quarta-feira que fará "apenas uma refeição" com familiares este Natal. Dois dias antes, em entrevista à TVI, tinha dito que teria um total de quatro almoços e jantares natalícios, o que motivou críticas por parte de especialistas.
"Tendo visto que alguns epidemiologistas ficaram um bocadinho sensibilizados com o facto de eu ter muitas refeições, já reduzi a uma refeição. Já só haverá uma refeição em casa, com cinco pessoas. É o mínimo dos mínimos que terei no Natal", afirmou Marcelo à saída do Tribunal Constitucional, onde entregou as assinaturas para formalizar a recandidatura à presidência.
A única das refeições que se mantém será em Lisboa, apurou o JN junto de fonte da Presidência. Já o tradicional mergulho de dia de Natal, que Marcelo cumpre há mais de quatro décadas, este ano "depende do tempo".
O primeiro-ministro não terá, sequer, direito a um jantar de família. António Costa continua em isolamento profilático no palácio de São Bento, após ter contactado com o presidente francês, Emmanuel Macron, que entretanto soube que estava infetado com covid-19.
O confinamento de Costa terminará no dia 29, depois de as autoridades de saúde concluírem que o primeiro-ministro teve um contacto de alto risco - e ainda que o primeiro teste tenha dado negativo.
Rio e Catarina Martins no Porto
Rui Rio, líder do PSD, vai dividir a consoada entre duas casas - a sua e a de familiares -, ambas no Grande Porto. Estará com um total de seis pessoas, metade do que era habitual em anos anteriores. Terá de sair do concelho de residência para ir a casa dos familiares, mas vai e regressa no mesmo dia.
Catarina Martins, coordenadora do BE, também festeja o Natal no Porto, ao passo que Marisa Matias, candidata presidencial apoiada pelo partido, o fará em Coimbra, cidade em que nasceu.
Segundo fonte do partido, ambas limitaram a consoada em número de pessoas e, também, em termos de circulação: Catarina Martins apenas estará com o seu agregado familiar, Marisa Matias passará os dias 24 e 25 "só com a família mais próxima, no concelho de residência dos pais".
André Silva apresenta o filho à família
No PCP, o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, ficará pelo distrito de Lisboa com a família, "tomando as medidas de proteção sanitárias adequadas". João Ferreira, candidato presidencial apoiado pelos comunistas, passa a consoada na capital, onde reside, com "a família mais próxima".
André Silva, do PAN, vai a Viseu apresentar o filho Bartolomeu, nascido em setembro, aos sogros. Após a consoada, que juntará cinco pessoas, regressa a Lisboa no dia 26, o último em que é possível circular entre concelhos.
Por norma, o deputado divide o Natal entre Viseu e Coimbra, mas este ano optou por apenas se deslocar a uma dessas cidades em virtude da pandemia.
Tiago Mayan, candidato à presidência apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), passa a consoada no Porto, onde reside. Terá a companhia dos pais, do irmão e dos dois sobrinhos.
E na passagem de ano?
António Costa avisou, logo no início do mês, que a passagem de ano iria ter "todas as restrições". A proibição da circulação entre 31 de dezembro e 4 de janeiro visa inibir festejos e os líderes políticos que responderam às perguntas do JN irão cumprir as orientações do Governo.
Em resposta enviada por escrito, Rui Rio disse que os seus planos para a passagem de ano são "ficar em casa". No caso do BE, fonte do partido assegurou que o réveillon de Catarina Martins e Marisa Matias decorrerá "com as devidas adaptações ao atual contexto de pandemia, seguindo as recomendações das autoridades de saúde".
No PCP, João Ferreira entrará em 2021 na companhia dos familiares mais próximos, em Lisboa, à semelhança do que fará no Natal. Os "cuidados redobrados" de André Silva, do PAN, aconselham-no a passar a data em casa, apenas com o agregado familiar, e o liberal Tiago Mayan não fez qualquer plano para a ocasião.
O gabinete do primeiro-ministro, o CDS, o Chega e a IL, bem como as candidaturas de Ana Gomes e André Ventura, não responderam às questões colocadas pelo JN.