São os dois concelhos do continente com maior quebra. Portugal tem menos 90 mil votantes que em 2017 e há seis municípios em risco de perder mandatos: Pombal, Vila Real, Fafe, Vinhais, Mogadouro e Vendas Novas (3145460)
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Portugal perdeu 90 560 eleitores em quatro anos. Face a 2017, ano em que se realizaram as últimas eleições para as câmaras, assembleias municipais e freguesias, os dois concelhos com maior quebra são Lisboa e Porto: juntos têm menos 24 268 votantes. O último mapa do recenseamento eleitoral, publicado a 17 de junho, mostra que há 9,3 milhões de pessoas registadas para votar nas autárquicas, que deverão realizar-se a 26 de setembro. Há quatro anos, estavam inscritos quase 9,4 milhões de pessoas em todo o país.
Face à quebra no número de eleitores, há seis concelhos em risco de perder mandatos: Pombal, Vila Real, Fafe, Mogadouro, Vinhais, Vendas Novas. Todos, sem exceção, poderão ficar com menos dois vereadores. Já Pombal, Vila Real e Vendas Novas arriscam-se, ainda, a subtrair seis deputados nas assembleias municipais. Fafe deverá apenas perder um deputado e Vinhais deverá manter os 27 atuais. Em contrapartida, Portimão, no distrito de Faro, poderá ganhar dois vereadores na câmara e seis deputados na assembleia municipal (ler caixa).
Sintra ajuda distrito
Feitas as contas, Porto e Lisboa foram os concelhos do continente que mais contribuíram para as perdas registadas desde então. Na capital, existem agora menos 16 846 mil eleitores. Já no Porto registou-se uma queda de 7422 pessoas. Ainda assim, olhando para os dados por distrito, Lisboa foi o segundo com um maior crescimento de eleitores. O distrito tem mais 9828 eleitores recenseados do que há quatro anos. Valeu-se de concelhos como Sintra, Mafra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, que viram engordar o seu número de eleitores. As diferenças foram calculadas pelo JN, comparando o mapa de eleitores inscritos no recenseamento eleitoral, disponibilizado pela Administração Eleitoral da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna no mês passado, com os valores que constam no mapa referente a 15 de junho de 2017.
Grande quebra em viseu
De acordo com o mapa do recenseamento, publicado em Diário da República no passado dia 17, dos 9 306 120 cidadãos aptos para entregar o seu voto nas urnas este ano, a esmagadora maioria é portuguesa. Há 12 711 eleitores que vivem na União Europeia e 15 175 estrangeiros residentes em Portugal.
Entre os distritos que mais perderam recenseados, destacam-se Viseu (com menos 19 482 eleitores), Guarda (menos 12 404), Vila Real (menos 11 412), Viana do Castelo (menos 10 701) e Coimbra (menos 10 204). Seguem-se os distritos com uma quebra entre 10 mil e cinco mil votantes: Castelo Branco, Santarém, Braga, Bragança, Leiria, Aveiro e Beja.
Já no pódio dos distritos que ganharam mais eleitores estão Setúbal (14 026), Lisboa (9828) e Faro (6547).
Lisboa é o distrito e o concelho com mais eleitores. A nível distrital, com mais recenseados, seguem-se o Porto e Braga. Já a nível concelhio, à capital, sucedem-se Sintra, Gaia e Porto.
Na lista dos concelhos com menos eleitores estão dois territórios de Beja: Barrancos e Alvito, que não atingem os dois mil eleitores.
eleições
De acordo com a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o mapa com o número de eleitores inscritos no recenseamento eleitoral que servirá de base às próximas eleições autárquicas fecha 60 dias antes do sufrágio.
No entanto, já é possível calcular o previsível número de mandatos por concelho, através de uma aplicação informática disponibilizada no site da CNE para ajudar os grupos de cidadãos eleitores a organizar as suas candidaturas. Essa aplicação tem por base o recenseamento fechado a 15 de junho deste ano. O JN fez as contas com recurso à aplicação da CNE e concluiu que há seis concelhos em risco de perder mandatos. Pombal, Vila Real, Fafe, Mogadouro, Vinhais e Vendas Novas poderão perder dois vereadores na câmara. Já Portimão deverá passar de sete a nove vereadores e ganhar seis deputados na assembleia municipal.