Quantas pessoas cabem na Festa do Avante, que se realiza anualmente desde 1976?
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O PCP, partido que produz "a grande realização político-cultural" que "não é apenas um festival", não diz - aliás, nunca disse em 43 anos. Quantos bilhetes já se venderam para a edição 2020, prevista para a Quinta da Atalaia, Seixal, de 4 a 6 de setembro? O PCP também não diz. O bilhete geral custa 26 euros, subindo para 38 euros em cima da Festa.
Assim, por agora não é possível saber que tipo de lotação terá o certame que marca a rentrée do Partido Comunista Português. Sabe-se apenas que a capacidade será decretada pela Direção-Geral da Saúde, assim como as novas normas no contexto da pandemia.
"As regras serão definidas pela DGS e serão oportunamente consideradas e partilhadas com os organizadores", disse ontem a ministra da Saúde. Mas Marta Temido frisou que tudo dependerá da evolução do coronavírus, "que é uma incerteza".
Temido falou um dia depois de o primeiro-ministro ter dito, ao "Porto Canal", que as iniciativas da política não estão desautorizadas: "A atividade política do PCP, ou de qualquer outro partido, não está proibida, nem nos passa pela cabeça, e creio que a ninguém, proibir a atividade política. Agora, essas atividades terão de realizar-se de acordo com as regras [da DGS]. No meu partido tínhamos o congresso em maio e está adiado sine die", sublinhou António Costa.
Mas há ou não há festa?
Recorde-se que na sexta-feira o Governo anunciou a proibição de "festivais e espetáculos de natureza análoga até 30 de setembro" - o que deixaria de fora a Festa. Mas o texto legal, que quinta-feira será debatido para aprovação no Parlamento, foi alterado por duas vezes, conforme o JN noticiou, e abriu uma brecha ao evento do PCP, constando agora nele esta frase: "Os espetáculos podem acontecer, em recinto coberto ou ao ar livre", desde que "com lugar marcado e no respeito pela lotação especificamente definida pela DGS em função das regras de distanciamento físico adequadas à evolução da covid-19".
Nestas condições, há ou não há Festa? Ninguém sabe - nem o PCP, que não comenta o assunto e remete para o espartano comunicado de quinta-feira: "Como se entenderá, uma posição mais detalhada será tomada no conhecimento concreto da disposição legal que venha a ser adotada". v