Sacerdote foi um dos seis que adoeceram após reunião da Opus Dei. Há mais 20 contágios e 200 em quarentena.
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Morreu com covid-19 a mãe de um dos padres que participaram (e ficaram infetados), no final de julho, num encontro da Opus Dei em Arcozelo, Gaia. Seis dos 12 religiosos que estiveram presentes ficaram infetados, assim como mais 20 pessoas que conviveram com eles depois. Há ainda cerca de 200 em quarentena pelos mesmos motivos.
A mãe do monsenhor Manuel Joaquim Fernandes, pároco de Ribeirão, em Famalicão, tinha 98 anos e morreu na semana passada. O filho foi o único dos seis padres que teve de ser internado, mas já se encontra melhor. Os outros cinco estão assintomáticos. O número de pessoas infetadas e em quarentena resulta da soma dos dados avançados pelas regiões de saúde que integram Famalicão, Viana do Castelo, Leiria, Sátão, Mangualde e Viseu.
Além dos seis padres que testaram positivo para o SARS-CoV-2, após o encontro da Opus Dei já foram confirmados novos casos entre funcionários dos centros sociais e paroquiais, lares de idosos e apoio domiciliário geridos pelos sacerdotes. O contágio chegou ainda a um elemento do grupo coral de uma paróquia e a participantes em batizados e eucaristias celebradas pelos padres.
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Funcionários
Em quarentena estão outros sacerdotes que viviam na mesma casa, familiares, paroquianos, funcionários e utentes das valências sociais. A maioria dessas pessoas são funcionários de lares de terceira idade que são geridos ou visitados pelos padres infetados.
"Durante o encontro, não houve qualquer novidade de saúde. Infelizmente, dias depois surgiram os primeiros sintomas num dos participantes", explicou o padre João Paulo Campos, coordenador do encontro de sacerdotes que se realizou de 20 a 31 de julho no Centro de Convívios de Enxomil, em Gaia.
Foi por iniciativa da organização que a Direção-Geral de Saúde (DGS) foi informada do contágio. Na reunião da Opus Dei, estiveram 12 sacerdotes que, durante vários dias, conversaram, rezaram e fizeram as refeições em conjunto.
Dias depois, os padres Celestino Cunha, de Cassurrães, Mangualde, Nuno Amador, de Ferreira de Aves, Sátão, Geraldo Morujão, de Viseu, Manuel Vilar, da Meadela, em Viana do Castelo, João Feliciano, de Bajouca, em Leiria, e Manuel Joaquim Fernandes, de Ribeirão, Vila Nova de Famalicão, testaram positivo à covid-19.v
Pedido aos fiéis
Depois de ter testado positivo, na semana passada, o pároco da Meadela, Viana do Castelo, pediu aos fiéis que com ele contactaram para estarem atentos a eventuais sintomas.
Surtos
Na semana passada, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, confirmou haver surtos que aconteceram em atividades religiosas, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo, sem precisar números.
Teste positivo
O padre da Bajouca, João Feliciano, testou positivo à covid-19 há uma semana, depois de ter cumprido um período de quarentena.
Sem visitas
As visitas aos lares de Santiago de Cassurrães e da Misericórdia de Mangualde estão suspensas por tempo indeterminado depois de se ter sabido que o padre de Santiago de Cassurrães ficou infetado.
Dez mortes
O padre Celestino Cunha, de Mangualde, dirige uma instituição social, com lar, onde, em abril, morreram dez pessoas e 64 foram infetadas.
Valências param
Também o Centro Social Paroquial de Ribeirão, dirigido pelo padre Manuel Joaquim Fernandes, suspendeu algumas valências.