Um estudo feito pelo Portal da Queixa, no âmbito do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor que se assinala esta terça-feira, mostra que mais de metade dos consumidores portugueses (55,2%) já foi alvo de tentativa de burla e 33,6% já foi vítima de cibercrime. O nível de literacia digital dos portugueses ainda é baixo e existem poucas e fracas medidas de segurança.
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No inquérito feito aos consumidores, as respostas demonstram que a literacia digital entre os portugueses ainda é fraca: 29% não sabem identificar burlas e, apesar de 71% dizerem saber identificar os esquemas fraudulentos, a realidade é outra e revela desconhecimento sobre o assunto.
A maioria dos inquiridos revela conhecer burlas por SMS e e-mail e também por sistemas de pagamentos eletrónicos, - MBWay, Revolut, etc - 87% e 58,6%, respetivamente. Aquilo em que revelam maior desconhecimento é no roubo de conta de WhatsApp (só 19,8% o conhecem), SIM card swap (um golpe que permite controlar a conta de acesso ao telefone, conhecida por 14,2%), Pharming (7%), - acontece quando o tráfego de um site é manipulado e são roubadas informações confidenciais - e Shoulder surfing com apenas 6,1% dos consumidores a conhecerem este esquema.
Nos últimos 4 meses, Portugal recebeu mais de 100 mil ameaças de ataques informáticos. Os ataques informáticos e os casos de burla têm tendência a aumentar e os mecanismos de segurança adotados pelos portugueses são poucos e pouco seguros, revela o estudo.
Mudar a password
Apenas 43,4% dos inquiridos utilizam sempre redes seguras e 49,9% acedem a sites seguros. A alteração da password é um hábito de segurança que apenas 34,4% dos consumidores fazem. Não partilhar a password com terceiros (85,7%) e instalar programas de antivírus atualizados (68,9%) são as rotinas mais frequentes.
Questionados sobre o que fazem "quando recebem uma mensagem/email que lhe desperta dúvidas", a maioria dos consumidores diz que ignora ou apaga. Porém há 12,7% que entra em contacto com o remetente e 0,8% que confia mesmo na mensagem/email lhe parecem estranhos. Apenas 6% denuncia o caso.
Sobre a existência de mecanismos de segurança no local de trabalho, 26,9% dos inquiridos admite não haver. A análise do estudo constata que a utilização de programas de antivírus atualizados foi a principal medida e a mais importante com 82,3% dos inquiridos a abordar este ponto. O uso de VPN (43,6%), a utilização de gestor de palavras-passes (32,2%) e a obrigatoriedade de autenticação por dois passos (39,3%) são as principais preocupações dos inquiridos ao nível da segurança online empresarial.
O estudo "Segurança Online" foi realizado online junto de um universo de 1 564 inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e mais de 65 anos. A maioria dos inquiridos foram homens (65,3%).