O rumor que veio a correr pelo navio está confirmado: não vamos ter oportunidade de visitar a ilha de Santa Maria. O comandante Nuno Cornélio da Silva explicou que "...estava previsto chegar dia 11 às 9h da manhã a Santa Maria, mas apanhámos vento e mar de proa pelo que a chegada mudou para a noite desse mesmo dia. A velocidade necessária para chegar a tempo seria de cinco nós, mas estávamos apenas a navegar a 3,5 nós e faltavam ainda 250 milhas..."
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Dada esta situação, o comandante teve de entrar em contacto com o Comando Naval e pedir autorização para mudar o rumo do navio. Assim, vamos directamente para a ilha de São Miguel, onde está previsto atracar às 9 horas da manhã do dia 12.
Quanto às consequências, disse o professor Fermín Rodríguez que "...a visita a Santa Maria permitiria conhecer mais uma ilha. O interesse principal era da Oceano XXI, entidade operativa da Universidade do Porto na UIM, onde se iria participar no lançamento do Plano de Desenvolvimento da Ilha de Santa Maria.
É um contratempo porque poderíamos desembarcar e sentir terra. No entanto, o facto de permanecer no navio permite ter mais actividades a bordo...". Mas não somos os únicos a passar por esta situação, "...já aconteceu noutros anos na UIM, por três vezes não conseguiram fazer escala em Ceuta, como no ano passado, e a primeira reacção é sempre de decepção".
Confirmar isto veio o testemunho de Leandro Gomes, que recebeu a notícia com a exclamação: "Mentira! Mais um dia no mar sem ver terra!". Depois do choque inicial, comentou que "...é uma pena, uma perda da oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre as ilhas dos Açores, ter contacto com a população. Tinha a expectativa de poder conhecer e analisar, comparar as ilhas, mas a natureza fala mais alto e nesta experiência e condições temos de nos adaptar...".
Já Gonçalo Miranda reagiu bem, mostrando que este contratempo não é tão difícil de superar como os quatro dias a mais que os instruendos de UIM passadas tiveram de navegar ao não parar em Ceuta. Ramón Muñiz disse, em tom de brincadeira, que "a maldição de Ceuta se abateu sobre Santa Maria."
A adaptação a condições e situações adversas faz parte dos objectivos desta experiência, para toda a guarnição. Não só mudou o programa como tiveram de ser tomadas precauções, feitos avisos e pedidas autorizações.
Também a instruenda Sílvia Lourenço, que veio em substituição de uma tutora portuguesa que apenas iria efectuar a primeira parte da viagem, nos deixará em Ponta Delgada, perdeu a oportunidade de conhecer um dos poucos locais que poderia visitar antes de, às 18h do dia 12, apanhar o seu voo para casa.