O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou um homem que disse ter sido lesado pelo Banif a juntar-se aos que já se estão a mexer para recuperarem o dinheiro que perderam.
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Em Aveiro, Marcelo Rebelo de Sousa foi abordado por um homem que se identificou como sendo "um dos lesados do Banif" e contou que os funcionários do banco lhe garantiram sempre que o seu dinheiro estava seguro. "Raramente ia ao banco, confiava nas pessoas. Diziam que o banco estava coberto pelo Estado até 2018. Eu dizia sempre para não meterem o meu dinheiro em risco", referiu.
Visivelmente emocionado, o homem disse que, em 11 meses, lhe levaram "o dinheiro todo" e que agora não tem nada. "Tenho uma filha que acabou Psicologia com 18 [valores] e está desempregada em casa. E eu neste momento tenho zero, senhor professor, porque acreditei", frisou.
O homem deixou um apelo ao candidato presidencial: "se o senhor puder ajudar as pessoas... a partir de domingo vai ser o Presidente da Republica".
Uma vez que em causa estão obrigações subordinadas, Marcelo Rebelo de Sousa informou-o de que os seus proprietários, "em princípio, não têm direito a nada".
No entanto, aconselhou-o a "demonstrar que foi enganado, que queria comprar uma coisa, estava convencido de que as condições eram umas e as condições eram outras".
"Tem de saber se se pode associar [a outros lesados]. Sendo uma ação coletiva, como aconteceu no BES, já têm mais hipóteses", considerou o antigo presidente do PSD.
Portugueses "querem desdramatização"
O candidato presidencial disse que tem andado a pôr em prática o "princípio evangélico" de dar a cara para lhe baterem, durante uma campanha que quer manter "calminha" e "muito civilizada".
"É o princípio evangélico: batem numa face, a pessoa dá outra face", explicou o antigo líder do PSD a uma mulher, durante um passeio na cidade de Aveiro, sempre acompanhado pelo presidente da Câmara, Ribau Esteves (PSD).
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o objetivo é ver se o enervam, mas assegurou: "Eu não me enervo, conto até cem. Um, dois, três, quatro, quando chegar a cem é o dia das eleições".
O candidato presidencial defendeu ainda que o seu discurso de moderação e convergência corresponde à vontade dos portugueses, que "querem desdramatização", e considerou que não há mensagem mais política.
Numa sessão pública no Museu de Santa Joana, o social-democrata situou-se "no centro da realidade política, económica, social e cultural portuguesa" e propôs-se "servir Portugal e os portugueses com uma presidência de afeto".
O antigo presidente do PSD fez um apelo à participação eleitoral, defendendo que os portugueses "têm esse dever", e deixou uma mensagem para a sua área política: "Estou grato àqueles próximos da minha área de pensamento que perceberam que uma candidatura a Presidente da República não é uma candidatura a líder partidário".
O chefe de Estado tem de estar "acima das querelas partidárias" e ser "imparcial politicamente", frisou.