O Presidente da República desvalorizou, esta terça-feira, a polémica em torno da inclusão do romance "O Nosso Reino", de Valter Hugo Mãe, na lista de leituras recomendadas para o 3.º Ciclo.
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Marcelo Rebelo de Sousa considera que todas as escolhas são subjetivas e criticáveis e que escolher "é sempre um processo complicado", porque é preciso ponderar "o que se escolhe e aquilo que não se escolhe, a adequação à idade, o diálogo permanente com a comunidade educativa, com os pais e os encarregados de educação, com os professores".
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Questionado sobre a contestação de alguns pais de alunos do 8.º ano à inclusão do livro no Plano Nacional de Leitura, por conter frases de cariz sexual, o chefe de Estado afirmou que não se deve dramatizar, considerando, porém, que o debate sobre estas matérias é saudável.
Livro já passou para o Secundário
"O Nosso Reino" estava nas listas dos livros de leitura recomendada para o 3.º Ciclo do ensino Básico.
Na segunda-feira, o comissário do Plano Nacional de Leitura, Fernando Pinto do Amaral, avançou que, após reunião com a comissão de especialistas que selecionam os livros, foi decidido que a obra passará a fazer parte apenas da listagem das leituras recomendadas para o Secundário.
O comissário salvaguardou que o livro entrou na lista do 3.º Ciclo "por lapso", porque o mesmo foi sempre escolhido para o Secundário.
O Presidente da República falava esta terça-feira aos jornalistas, no final de uma iniciativa que reuniu, no Palácio de Belém, o escritor Miguel Sousa Tavares e alunos do colégio Nossa Senhora da Conceição, de Guimarães.
A iniciativa, designada "Escritores no Palácio de Belém", contará com a participação de 30 autores de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura e de 30 estabelecimentos de ensino de Norte a Sul do país.