Marcelo diz ser preciso mais financiamento para manutenção dos equipamentos militares
O presidente da República afirmou, esta terça-feira, ser necessário reforçar o investimento na manutenção dos equipamentos militares das Forças Armadas. A declaração vem na sequência do incidente registado no arquipélago da Madeira, no passado sábado, em que 13 militares recusaram embarcar no NRP Mondego por alegada falta de condições de segurança do navio.
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"Está em curso uma fiscalização que deve ter começado hoje [terça-feira]. Uma equipa que seguiu para a Madeira e que chegou lá hoje, para verificar o que se passa com o navio e por outro lado, para apurar do porquê da atitude dos militares", disse o presidente da República aos jornalistas, em Peniche.
Marcelo Rebelo de Sousa, que é também o comandante supremo das Forças Armadas, afirmou que não se vai pronunciar sobre um caso, que está "sob fiscalização". No entanto, o chefe de Estado recordou as palavras da ministra da Defesa, Helena Carreiras, sobre a necessidade de reforçar o investimento na manutenção dos equipamentos militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea).
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No passado sábado, 13 militares recusaram embarcar no NRP Mondego, que devia fazer uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira. Os quatro sargentos e nove praças alegaram falta de condições de segurança, nomeadamente a inoperacionalidade de um motor e de um gerador de energia elétrica.
Além disso, segundo os militares, o navio "não possui um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando significativamente o risco de incêndio", de acordo com um documento a que a agência Lusa teve acesso.
A Marinha abriu um processo disciplinar aos 13 militares e anunciou que vão ser substituídos com a "maior brevidade possível", disse o comandante José Sousa Luís, porta-voz da Marinha, à RTP3. Está também a decorrer uma inspeção ao NRP Mondego. Ao mesmo tempo foi instaurado outro processo pela Polícia Judiciária Militar, por existir "indícios de matéria de âmbito penal".