O ministério da Defesa Nacional adiantou, esta terça-feira, que Helena Carreiras "acompanha atentamente o sucedido com o NRP Mondego", no passado sábado. A 11 de março, 13 militares recusaram embarcar numa missão de acompanhamento de um navio russo, ao largo de Porto Santo, na Madeira, por existir alegadamente falta de condições de segurança para navegar.
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Apesar de atento ao sucedido, o ministério da Defesa Nacional acrescenta que cabe à Marinha averiguar o que se passou com o grupo de quatro sargentos e nove praças, que recusaram embarcar no NRP Mondego, no passado sábado à noite. "É da competência da Marinha aferir as circunstâncias dos acontecimentos bem como a operacionalidade dos meios, e conduzir procedimentos do foro disciplinar de acordo com o Regulamento da Disciplina Militar", respondeu fonte da tutela de Helena Carreiras ao JN.
Os partidos da Direita, nomeadamente a Iniciativa Liberal e o Chega, querem uma audição da ministra da Defesa e do chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo, no Parlamento, para explicar o que motivou a recusa dos 13 militares. Também o PSD endereçou perguntas a Helena Carreiras, tendo remetido para mais tarde a possibilidade de chamar a governante ao Parlamento.
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O ministério da Defesa diz ainda que os "processos [por parte da Marinha] estão em curso, dentro do quadro legal e do normal funcionamento institucional das Forças Armadas". Além do processo disciplinar, instaurado ao grupo de militares pela Marinha, também a Polícia Judiciária Militar está a investigar o caso. O ramo das Forças Armadas ordenou a inspeção ao navio.
"Uma equipa que seguiu para a Madeira e que chegou lá hoje, para verificar o que se passa com o navio e por outro lado, para apurar o porquê da atitude dos militares", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Peniche. O presidente da República recusou comentar o caso em concreto, por o processo de "fiscalização" estar a decorrer.
O porta-voz da Marinha, José Sousa Luís, confirmou que os 13 militares vão ser substituídos, com a "maior brevidade possível". "Vão ser substituídos por elementos da mesma categoria. Uns já estão identificados, outros não", disse à RTP3. O grupo que recusou embarcar na ilha da Madeira vai cumprir "com as suas funções noutras unidades".