O presidente da República reafirmou, esta terça-feira, as suas dúvidas quanto à criação de uma direção executiva do SNS. Ao responder, a partir de Belém, a perguntas de jovens participantes na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que preferia que o SNS fosse gerido de forma "mais autónoma e independente" face ao ministério da Saúde. Também recusou comentar a demissão da ministra Marta Temido: "Não sou analista político".
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"Tenho uma preferência, que não escondo há muito tempo, sobre a forma de gestão do SNS - sempre no quadro público - mais autónoma e independente do ministério da Saúde, uma vez que a forma de dependência direta clássica demonstrou limites na sua eficácia", afirmou o chefe de Estado.
Marcelo descreveu o modelo elaborado pelo Governo para o SNS como uma solução "de compromisso" que consiste em "enxertar no ministério da Saúde" o novo esquema da gestão executiva". O presidente disse que irá "esperar para ver" se a regulamentação do diploma "dá o que todos pretendemos" ou se representa apenas "uma solução conjuntural que depois, na prática, não consegue estar à altura dos seus objetivos".
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a pandemia criou uma "pressão monumental sobre o SNS" e que havia "problemas estruturais anteriores que vêm de um SNS que teve uma fase nos anos 70, 80 até aos anos 90 e depois fases subsequentes muito diversas". Na semana passada, Marta Temido tinha afirmado que os problemas do SNS devem-se a decisões tomadas nos anos 80 - e apelou a que o SNS tenha "respostas ajustadas" face ao envelhecimento da população.
Pede mais esclarecimentos
Considerando que a resposta que o SNS exige não é "meramente ideológica" mas sim "largamente organizativa e funcional", o chefe de Estado pediu que "o esquema de gestão de cúpula" da direção executiva seja "mais esclarecido na sua regulamentação".
Também apelou a que se encontre um "esquema de conjugação" que harmonize a descentralização da Saúde com "a concentração de poder de gestão na direção executiva".
O presidente da República respondeu à distância, esta terça-feira, a perguntas de jovens do PSD que participam na Universidade de Verão do partido, em Castelo de Vide. Questionado sobre a demissão da ministra da Saúde, preferiu não comentar diretamente o tema. "Não sou analista político", justificou.