O presidente da República tentou, esta quinta-feira, durante uma visita aos Açores, esvaziar a tensão entre a Presidência e o Governo, a propósito da dura comunicação que fez ao país.
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O jornal "Público" noticia esta quinta-feira que o Executivo de António Costa "ficou chocado" com a atitude do presidente, uma vez que o primeiro-ministro António Costa teria informado Marcelo Rebelo de Sousa sobre os calendários para a apresentação das medidas tendentes a defender a floresta e de prevenção dos incêndios.
"Há duas maneiras de encarar a realidade. Uma maneira é o diz que disse especulativo de saber quem ficou mais chocado: se foi A com o discurso de B, se foi B com o discurso de A. E, depois, há uma segunda maneira, que é a de compreender que chocado ficou o país com a tragédia vivida, com os milhares de pessoas atingidas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Eu entendo que a forma correta é a segunda e que quem olha para a realidade do diz que disse especulativo não entendeu e não entende nada do que se passou em Portugal nas últimas semanas", acrescentou, em declarações na ilha Terceira, nos Açores, tendo ao seu lado o ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, que, sobre o assunto, se limitou a dizer: "Não falo nem por cima, nem por baixo, nem ao lado do senhor presidente".
O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas falava no Miradouro da Serra do Facho, onde assistiu a manobras do exercício militar "Lusitano 2017".
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Em causa está a mensagem que Marcelo dirigiu na semana passada ao país, feita a partir da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, na qual o presidente da República advertiu que usará todos os seus poderes contra a fragilidade do Estado que considerou existir face aos incêndios que mataram mais de 100 pessoas (junho e outubro) e defendeu que se justificava um pedido de desculpa.
Após esta declaração, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou a sua demissão.