O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, explicou esta sexta-feira, durante uma visita a Vila Flor, que acertou com o primeiro-ministro, António Costa, a realização de uma sessão epidemiológica no próximo dia 27 de julho "para fazer o balanço da situação epidemiológica prioritária este mês e olhar para agosto e fazer a projeção".
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Sobre uma regressão no desconfinamento e um possível regresso ao estado de emergência, Marcelo recordou que já disse o que pensava. "Olhamos para os números e ainda hoje mostraram que naquilo que é muito importante para a vida dos portugueses há uma relativa estabilidade no número de mortos e há uma dimensão até agora estável nos internados e nos cuidados intensivos", vincou.
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A reunião do final do mês não servirá para antecipar o que se vai passar mas permite "formular propósitos", salientou o Presidente da República, defendendo que não se pode antecipar o que se vai passar a nível global e europeu. "Vamos ver o que se vai passar. Há coisas que é fácil dizer, mas não basta dizer. Aumentando o número de testes, aumentará também a possibilidade de despiste de mais casos. A questão é depois saber como isso se projeta nos internados, nos cuidados intensivos e nos mortos", concretizou.
Na mesma altura, relembrou que não tem havido essa projeção na escala que ocorreu noutros tempos. "O que eu posso dizer é que as medidas tomadas pelo governo pareceram-me muito equilibradas e até fazendo um grande esforço de colagem à realidade, procurando fórmulas em temas sensíveis como a restauração, que colem à realidade", afirmou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, as novas medidas são "passos dados no mesmo sentido, como é natural no caso da pandemia", pois, no seu entender, "enfrentar a crise pandémica exige convergência, não exige, nem aconselha, divergência".
Sobre o controlo que passará a ser feito na restauração, Marcelo considera que são medidas novas "têm de ser testadas, experimentadas na sua execução". Ainda assim, sublinhou que as medidas "revelam uma procura de soluções diferentes que tomam em consideração a realidade". Agora daqui para a frente, o Chefe de Estado admite que é preciso avaliar o que vai acontecer: "Como é que vamos tentar fazer funcionar isto, salvaguardando a saúde pública ao mesmo tempo"".
Se as medidas podem ou não ser postas em prática com sucesso, o Presidente da República sublinhou que o governo explicou o seu funcionamento. "Quem tem certificado tem certificado, quem tem teste, qualquer que seja o teste, mostra o teste, e até foi mais longe ao dizer que se assim entenderem as unidades hoteleiras ou de restauração será possível realizar testes lá, mesmo à entrada", referiu. A questão da confidencialidade dos dados não se coloca, segundo Marcelo, porque "até é possível levar autotestes, logo quem controla os dados é o próprio".