"Foi o plano possível, nas condições possíveis". O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta sexta-feira, em Vila Flor, que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi feito "em contrarrelógio", num prazo de em seis meses, e apelou a que seja executado "o mais possível".
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"Este não é um plano ideal, mas é o plano que temos. É o plano que temos que executar o mais possível, porque é diferente executar 80% ou 90% ou só 40, ou 50 ou 30. Devemos apostar todos em executar o mais possível e da melhor maneira, num tempo curto senão o dinheiro perde-se", disse.
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O presidente da República disse que o primeiro-ministro "teve um papel muito importante, porque a Europa apontava para certas prioridades, como a transição energética e a transição digital, a saúde, claro, por causa da pandemia, mas depois cada país tinha que tentar enquadrar aí realidades suas e algumas só foram encontradas no fim". "Teve que ser negociado palmo a palmo com a Comissão Europeia, obrigou a reformulações ou aditamentos", disse, quando questionado sobre a manchete do Expresso, dando conta das suas críticas à falta de ambição do PRR num encontro com autarcas e empresários.
Em Trás-os-Montes, o chefe de Estado não repetiu as críticas, nem negou que as tenha feito. "É natural que exista quem entenda que o PRR, por si só, devia ser uma realidade diferente daquela que pode ser. Por isso tenho dito que se deve juntar o PRR ao quadro financeiro plurianual. O dinheiro que vamos receber durante sete anos, orçamento a orçamento, é mais do que o dinheiro que vamos receber correspondente ao PRR. Tem que se somar as duas realidades", explicou.
Esclareceu ainda que ouviu o setor privado. "Sempre os lamentos e os queixumes de não haver mais setor privado, embora o setor privado, indiretamente, mesmo em obras públicas seja chamo a intervir", afirmou, acrescentando que as pessoas têm que ter a noção que não há planos ideais.