O GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos denuncia falhas graves no fornecimento de medicamentos antirretrovirais a quem tem VIH na região autónoma da Madeira.
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De acordo com associação, o problema que se arrasta há cerca de um ano agravou-se no final do ano, estando a ilha longe de cumprir a legislação que estabelece que a medicação tem de ser distribuída para 90 dias.
Ao GAT terão chegado queixas de vários infetados com VIH, seguidos no Serviço de Doenças Infecciosas no Hospital dos Marmeleiros, no Funchal, a quem o sistema regional de saúde da região está a fornecer medicação apenas para 10 dias e, nalguns casos, apenas para três.
"Aos vários pedidos de esclarecimento que enviámos ao Instituto da Administração de Saúde e Assuntos Sociais, as respostas foram que a situação está regularizada. Mas temos conhecimento que a dispensa está a ser feita a conta-gotas", disse, ao JN, Pedro Silvério Marques, um dos responsáveis pelo GAT.
"Para quem não se pode deslocar num tão curto espaço de tempo ao hospital para conseguir assegurar a sua terapêutica, esta forma de fornecer antirretrovirais pode representar ressurgimentos de carga viral ou levar a que ocorra resistência do vírus ao medicamento", salientou.
"Estes transtornos impostos a quem necessita dos antirretrovirais deixa vidas em suspenso. Imagine-se quem tem de fazer uma deslocação para fora da ilha da Madeira", acrescentou o ativista, lembrando que já em março de 2015 houve um cenário de atrasos consideráveis na Madeira quanto à entrega da terapêutica para o VIH.