O Conselho Nacional do CDS-PP reuniu ontem para analisar os resultados eleitorais e marcou o congresso do partido para 2 e 3 de Abril - ainda sem local definido -, com envio de candidaturas até 15 de Março.
Corpo do artigo
À chegada, o mais que provável candidato à liderança, Nuno Melo, disse que tomará uma decisão na próxima semana. Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da liderança após as últimas legislativas, afirmou que vai continuar disponível para o partido: "não vou andar por aí, porque sempre estive aqui, e vou continuar a estar por aqui". E retirou-se da sede após o discurso de abertura.
À entrada para o encontro, e acompanhado pela ex-deputada Cecília Meireles, Nuno Melo disse que não tenciona perder "um segundo a falar do passado" e a "fazer ajustes de contas". O possível sucessor de Rodrigues dos Santos recusa estar a fazer um "assalto ao poder" e espera poder contar com todos os membros do Conselho Nacional para "resgatar o CDS para o lugar que merece na nossa democracia", disse. Caminho esse que será feito, assegurou, com "históricos" do partido, com "talentos notáveis" do agora extinto grupo parlamentar, como Cecília Meireles, muitos "jovens talentos" e "mulheres notáveis".
Foi por pouco que Nuno Melo e Francisco Rodrigues dos Santos não se cruzaram no Largo do Caldas. Nuno Melo tinha acabado de falar quando o ex-líder se preparava para falar aos jornalistas. Numa curta declaração, sem direito a perguntas, Rodrigues dos Santos acusou antigos membros de fazerem oposição contra a direção e contra o partido, ao desaconselharem o voto no CDS. "Nos últimos dois anos, os adversários do CDS não estiveram lá fora, moraram cá dentro. O fogo amigo matou", atirou.
"Só conseguiremos vencer os nossos desafios lá fora, se corrigirmos os nossos erros cá dentro", disse ainda. Rodrigues dos Santos afirmou que "ser oposição não é fazer da bancada parlamentar uma trincheira contra a direção do partido".
Para o ex-líder "não se pode esperar, por muito boa que seja a nova liderança do CDS, que uma casa que não cuida de si mesma possa cuidar de Portugal". "Não farei ao meu sucessor o que me fizeram", garantiu.