O líder do PSD/Madeira e do Governo regional rejeitou, esta quarta-feira, traçar quaisquer "linhas vermelhas" face ao Chega, tendo sugerido a Luís Montenegro que faça o mesmo. Após uma audição em Belém, Miguel Albuquerque considerou que essa questão é uma "armadilha" criada pelo PS para "condicionar" o PSD.
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"Nós não estabelecemos linhas vermelhas, porque qualquer partido que é aceite no Tribunal Constitucional e que faz parte do jogo do quadro político democrático deve ser, em todos os cenários de uma democracia liberal, interlocutor privilegiado para qualquer questão", argumentou o social-democrata.
"Essa ideia de se estabelecerem linhas vermelhas é uma armadilha que foi inventada pelo PS para condicionar o PSD", alegou Albuquerque. "A linha vermelha é um exercício político muito bem feito para enganar incautos. E porquê? Para condicionar as atividades do PSD", sustentou.
Para Miguel Albuquerque, o mesmo princípio deveria aplicar-se no plano nacional: "O PSD é o segundo partido nacional e tem de ir para as eleições para ganhar. Portanto, não se vai condicionar, não vai pôr [em cima da mesa] quais são as questões antes das eleições, [nem] o que é que vai fazer depois".
O presidente do Governo regional fez um paralelismo à Esquerda, com o PCP, que apontou como sendo uma das forças "que não são partidos democráticos" e que defendem o "totalitarismo comunista". Antevê que, nas próximas legislativas, "o PS vai dizer que, obviamente, também não tem essa linha vermelha" relativamente ao PCP.
Embora tenha sinalizado que não vê problemas em governar com o Chega, Albuquerque considerou "uma hipótese muito remota" que PSD e CDS, que concorrem coligados, falhem a conquista da maioria absoluta. Só nesse cenário, lembrou, serão necessários acordos parlamentares "com qualquer partido eleito".