Doação para ensino e investigação tem crescido e está em valores pré-pandemia. Sociedade Anatómica pede aperfeiçoamento da lei e investimento nas faculdades.
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A doação do corpo para fim de ensino e investigação está a recuperar interessados, após a quebra no ano mais afetado pela pandemia de covid-19. Em 2019, entraram nas faculdades públicas de Medicina e Ciências da Saúde mais de 1200 intenções de doação. No ano seguinte, o número não chegou aos 600 inscritos. Já em 2023, houve cerca de 870 processos concluídos - em quatro anos, cresceu 46%. Nos últimos cinco anos, as seis faculdades e escolas (ver ficha) registaram 4478 processos de intenção - ou seja, portugueses que expressaram documentalmente a vontade de o seu corpo, aquando da morte, ser doado para fins científicos. Quanto a corpos efetivamente recebidos, o valor fixou-se nos 618 cadáveres entre 2019 e 2023, segundo revelaram ao JN as instituições.
Pedro Oliveira, presidente da Sociedade Anatómica Portuguesa (SAP-APP), sublinha que a doação cadavérica é sinónimo de agradecimento e respeito pela generosidade dos doadores. A questão “ética”, garante, “está 100% assegurada” pela lei, mas há pormenores técnicos “que deviam ser melhorados”.