O Governo vai encomendar um estudo para perceber que rede hospitalar é desejável que o país tenha em 2030 e quais as necessidades de ampliação e requalificação das unidades. Ainda que tenha havido "decisões tomadas de forma casuística" que foram boas, o ministro da Saúde reconhece que a função de planeamento na Saúde "não tem sido muito bem tratada nos últimos anos".
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"Estamos a trabalhar para encomendar, a uma instituição credível, um estudo sobre a rede hospitalar que desejaríamos ter em 2030. Algo que permita dar coerência ao conjunto de decisões que temos tomado", anunciou, esta segunda-feira, Manuel Pizarro.
Apesar de nos últimos anos terem sido tomadas muitas decisões "de forma casuística que foram boas decisões" - Hospital de Lisboa Oriental, o novo Hospital Central do Alentejo, o Hospital do Algarve e Hospital do Oeste, exemplificou - "há muitos outros espaços que precisam de uma reflexão organizada", referiu o governante, considerando que a função de planeamento é essencial na área da Saúde porque muitas questões não se resolvem no curto prazo.
Questionado sobre a falta de planeamento na Saúde, Manuel Pizarro foi contundente: "É algo que todos reconhecemos. Na área da Saúde a função do planeamento não tem sido muito bem tratada nos últimos anos e acho que todos nós temos de perceber que é central num serviço público tão sofisticado como é o SNS".
O estudo técnico deverá ficar concluído este ano e o ministro rejeitou a ideia de que possa levar a encerramentos. "Estamos mais concentrados na requalificação e nas aberturas de novos espaços do que nos encerramentos", referiu.
Hospital de Penafiel parece "insuficiente"
Na região Norte, o ministro da Saúde deu como exemplo dessa necessidade de planeamento, o Hospital de Penafiel que "parece ser insuficiente para atender toda a população".
O mesmo acontece na região de Lisboa e Vale do Tejo, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e no Hospital Amadora-Sintra, acrescentou Manuel Pizarro.
"Precisamos de um estudo que enquadre tudo isto, que esteja pronto este ano, e que permita ao país saber com clareza como a rede vai evoluir até 2030", referiu, notando que eventuais requalificações e abertura de novas unidades "têm de ser dimensionadas de forma adequada em relação à expectativa de crescimento da população, das necessidades, mas também de mudanças da medicina".