O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu, esta sexta-feira, a surpresa pela nova falha nas negociações com os médicos, mas, ainda assim, espera que venha a existir "uma oportunidade para o diálogo" e uma "aproximação de posições", afirmou, nesta sexta-feira, durante uma visita ao Hospital de Bragança.
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“A preocupação do Governo nas negociações é fortalecer o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que é essencial para os portugueses e não pode funcionar sem profissionais e, por isso, é preciso estabelecer com os profissionais um entendimento mínimo”, explicou Manuel Pizarro.
Já antes das declarações à saída da inauguração do Serviço de Medicina Intensiva do hospital brigantino, durante uma passagem pelo II Congresso Ibérico dos Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, o ministro disse que "para se fazer um acordo é preciso entendimento dos dois lados”, reiterando que, em alguns dos casos, está “surpreendido por não se ter chegado a acordo”.
Segundo Manuel Pizarro, “a generalização das Unidades de Saúde Familiar modelo B era uma antiga reivindicação de todo o setor, incluindo das organizações sindicais. Era mesmo a principal reivindicação dos cuidados de saúde primários".
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou na quinta-feira que vai manter as greves que agendou para este mês face à falta de entendimento com o Governo sobre a proposta de aumentos salariais e dedicação plena, com um aumento de 33%, o que não convenceu a classe. “Nos hospitais, criamos a vinculação plena a que os médicos estarão vinculados, se estiverem nos cuidados integrados ou se tiverem posições de chefias, e os outros poderão aderir voluntariamente. Nesse modelo, propõe-se um aumento de 33%”, descreveu Pizarro, salientando que “são propostas muito significativas e que dão um sinal de empenho do governo no SNS", descreveu.
Segundo o ministro, com a proposta do ministério aumenta-se o salário base de um médico recém especialista de 2860 para 3860 euros.
Face às promessas de greves, o ministro elogiou os profissionais dizendo que “têm respeitado os serviços mínimos". Registou ainda que, no primeiro semestre, "o SNS teve a sua maior produção de sempre, coisas que interessam às pessoas, como a consultas nos hospitais, que aumentaram 7%, as cirurgias aumentaram mais de 10% e o SNS tem mantido a sua capacidade de dar resposta às pessoas”.