O ministro da Saúde disse estar "muito empenhado" no diálogo com os representantes dos sindicatos dos médicos e concentrado na possibilidade de chegar a um entendimento nas negociações.
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"Estou muito empenhado no processo de diálogo e estou concentrado na possibilidade de estabelecermos um entendimento", afirmou Manuel Pizarro, à margem da inauguração da Unidade de Saúde de Eixo, em Aveiro.
Questionado pelos jornalistas se havia "uma solução" para terminar com as greves convocadas pelos sindicatos representativos dos médicos, o governante preferiu acentuar as reuniões que o Ministério da Saúde tem agendadas com os sindicatos na sexta-feira, segunda e terça-feira.
"Farei tudo o que estiver ao meu alcance para chegar a um acordo", acrescentou.
Destacando que a preocupação do Ministério da Saúde é "combinar a defesa do interesse das pessoas" com a "valorização dos profissionais", o ministro escusou-se a comentar se, face às críticas dos sindicatos de que as medidas apresentadas pela tutela são insuficientes, seria possível chegar a acordo. "Esse debate vai ser feito na mesa de negociação", referiu.
Já quanto ao facto de estarem convocadas novas greves, o ministro considerou "estranho" a realização das mesmas quando decorrem as negociações, dizendo, contudo, respeitar que os sindicatos não o considerem.
A greve dos médicos decretada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) teve uma adesão média de 95%, no segundo e último dia da paralisação, de acordo com a presidente do sindicato.
Joana Bordalo e Sá adiantou à agência Lusa que a forte adesão dos dois dias de greve - 90% no primeiro dia e 95% no segundo - "mostra a união dos médicos e o descontentamento" da classe face às políticas no setor e à falta de resposta às reivindicações dos sindicatos.
A presidente da FNAM disse ainda que na sexta-feira o sindicato vai ter uma reunião no Ministério da Saúde para entregar uma contraproposta à do Governo e manifestou a esperança de que "haja bom senso para alcançar um acordo de princípio que seja digno para os cuidados de saúde que os médicos querem prestar à população".