A moção de rejeição que PSD e CDS-PP apresentaram esta quinta-feira no Parlamento foi chumbada. O texto acusa o PS de ter em curso "um processo de radicalização ideológico" e acena com a ameaça da necessidade de um terceiro resgate.
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A moção de rejeição foi chumbada por 122 votos contra dos deputados do PS, PCP, BE e Verdes, com a abstenção do deputado do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) e com 107 votos a favor das bancadas do PSD e do CDS-PP.
No texto da moção, PSD e CDS atacam o PS por se ter decidido "deslocar para as mãos dos partidos assumidamente extremistas", classificam o programa de governo como "uma amálgama incoerente" e as suas propostas como "aventuras políticas irresponsáveis".
"No nosso entender, o momento da conjuntura internacional é o de proteger o país e os portugueses e não expô-los a riscos desnecessários, nem fazer das pessoas objeto de experimentalismos", lê-se no texto da moção.
"O que este governo se prepara para por em causa e estragar é demasiado precioso para os portugueses", alertam, considerando que "a opção de rutura" que o PS se prepara para fazer "não pode deixar de ter as mais pesadas e duradouras consequências".
PSD e CDS lembram que o primeiro-ministro António Costa "não esclareceu categórica e publicamente" as dúvidas levantadas pelo presidente da República quanto à estabilidade e à consistência do novo executivo e justificam a apresentação desta moção de rejeição - com chumbo garantido por parte da maioria de Esquerda do Parlamento - como um "testemunho e registo para futuro".
"Os partidos moderados dos sistema político nacional têm o dever perante os portugueses de se opor a este processo de radicalização em curso e que está a tornar Portugal refém de agendas ideológicas sectárias desfasadas da realidade, em que os portugueses não se revêm", justifica o texto com oito páginas.