O primeiro-ministro disse estar "estupefacto e revoltado" com o teor das notícias divulgadas esta terça-feira sobre o caso Spinumviva e falou mesmo "em pouca-vergonha", dizendo aguardar a "análise e o juízo do Ministério Público".
Corpo do artigo
Luís Montenegro fez uma declaração à comunicação social, sem responder a perguntas, à entrada para uma iniciativa de campanha autárquica em Albufeira (distrito de Faro), na sequência da notícia avançada pela CNN Portugal de que os procuradores responsáveis pela averiguação preventiva sobre a Spinumviva consideram que deve ser aberto um inquérito-crime ao primeiro-ministro, que será decidido pelo procurador-geral da República.
"Estou completamente tranquilo, embora absolutamente estupefacto e mesmo revoltado com o teor das notícias, que a virem de alguém ligado ao processo configuram uma situação que é uma pouca-vergonha, de uma deslealdade processual, democrática, que é intolerável e que eu não aceito de maneira nenhuma", disse.
O líder do Governo assegurou que estas notícias "não o intimidam" e pediu aos portugueses que "não se deixem levar por manobras" - que classificou como obscuras - "a três ou quatro dias do encerramento de uma campanha eleitoral e de uma escolha que devem fazer em total liberdade".
Leia também PGR esclarece que averiguação preventiva do caso Spinumviva ainda está "em curso"
"Não sei qual é a fonte desta notícia, o que posso garantir é que todos os esclarecimentos que me têm sido pedidos são facultados e eu aguardarei a sua análise e o juízo do Ministério Público. O resto é simplesmente uma pouca-vergonha, eu vou repetir: é uma pouca-vergonha", afirmou.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu hoje que a averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva está em curso e o Ministério Público aguarda ainda documentação, pelo que a averiguação continua.
"Não há, assim, neste momento, qualquer convicção formada que permita encerrar a referida averiguação preventiva nem nada foi proposto ao Procurador-Geral da República neste domínio", refere um comunicado da PGR.