Carneiro diz que é preciso "evitar precipitações" e Montenegro deve dar explicações
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmou esta terça-feira à noite que é preciso "evitar precipitações" e "confiar na Justiça", relativamente à abertura de um inquérito ao caso Spinumviva. E defendeu que Luís Montenegro deve "dar as explicações que as autoridades judiciárias lhe solicitarem".
Corpo do artigo
Esta noite, o primeiro-ministro comentou as notícias sobre o caso Spinumviva, dizendo que é "uma pouca vergonha". E a Procuradoria-Geral da República esclareceu que a averiguação preventiva relacionada com a empresa da sua família está em curso a aguardar documentação e depois irá proceder a uma análise.
Questionado pelos jornalistas, José Luís Carneiro afirmou que mantém "confiança na Justiça" e que "o primeiro-ministro, quando chegar a hora, deve dar as explicações que as autoridades lhe solicitarem".
Leia também Montenegro "revoltado" com notícias sobre Spinumviva: "Pouca-vergonha"
Particularmente sobre o timing destas notícias, disse não poder comentar "as fontes e as razões pelas quais saíram agora". "O que posso dizer é que o fundamental é que o primeiro-ministro deve dar, no tempo que considerar oportuno, as explicações que as autoridades judiciárias lhe solicitarem", insistiu, acrescentando que "é isso que deve fazer e devemos evitar precipitações".
"Temos o dever de evitar precipitações em matérias desta sensibilidade para o interesse do país", reforçou Carneiro.
Recordou demissão de Costa
Instado depois a comparar este caso com a demissão do antigo secretário-geral e último primeiro-ministro socialista, o líder do PS recordou que "António Costa, quando apareceu um comunicado da PGR que colocava em causa a sua honorabilidade, em defesa do prestígio das instituições, entendeu apresentar a sua demissão".
"Por isso digo que, no momento em que o primeiro-ministro considere oportuno e assim que as autoridades judiciárias lhe solicitarem informações, deve prestá-las e deve prestar os esclarecimentos que forem rexigidos", prosseguiu Carneiro, repetindo que, neste momento, "o mais importante é mantermos um sentido de Estado". E isso passa por "confiar nas instituições da Justiça"
"Aquilo que a Procuradoria-Geral da República disse foi que se mantinha em curso a averiguação preventiva. Portanto, se há uma averiguação preventiva há que aguardar pelo seu terminus para saber se há inquérito", defendeu em seguida´, insistindo que é necessário "manter a tranquilidade".