Montenegro não pede saída de Albuquerque mas avisa: "Ninguém está acima da lei"
O líder do PSD defendeu que, "neste momento", continua a haver "condições políticas" para que o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, se mantenha em funções. Luís Montenegro recusou estar a "desvalorizar" as buscas e defendeu que as diferenças face à saída de Costa são "mais do que muitas".
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“Creio que, com a informação que temos, do ponto de vista político nada se alterou, sinceramente", disse Luís Montenegro, esta quarta-feira, em Lisboa. No entanto, avisou que "ninguém está acima da lei", revelando ainda já ter falado com Albuquerque sobre o assunto.
"Não estou a dizer que a evolução do processo não possa conduzir também a mudanças do ponto de vista político", prosseguiu o social-democrata. Logo de seguida, reforçou: "Neste momento, com a informação de que dispomos, do ponto de vista político nada se alterou".
Diretamente questionado sobre se Albuquerque deveria demitir-se, Montenegro começou por responder: "Não sei por que é que me está a fazer essa pergunta assim". Lembrou também que o líder do Governo Regional já confirmou que está a prestar "toda a colaboração" às autoridades.
Recordando que já houve, no passado, buscas semelhantes na Madeira, Montenegro realçou que ainda sabe "muito pouco" sobre a investigação em curso. Quis ainda deixar "muito claro" que não está "a desvalorizar a situação" nem a "desresponsabilizar" Albuquerque.
Diz que caso não tem nada a ver com o de Costa e admite "perturbação" na campanha
O líder nacional do PSD fez votos de que a investigação decorra "com rapidez" e que não haja responsabilidade nem de Miguel Albuquerque nem do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado. Este último foi detido no âmbito das investigações, juntamente com dois gestores do grupo de construção AFA. Em 2021, Calado tinha sido cabeça de lista ao Conselho Nacional do PSD, numa lista apoiada por Montenegro.
Questionado sobre qual a diferença entre este caso e o da demissão do primeiro-ministro, o líder laranja respondeu que "as diferenças são mais do que muitas". Embora não tenha querido alongar-se sobre o tema, afirmou ter sempre defendido que "não foi um parágrafo [no comunicado da Procuradoria-Geral da República] que esteve na génese" da demissão de António Costa, em novembro passado.
Montenegro reconheceu ainda que as buscas na Madeira são "uma perturbação" na pré-campanha eleitoral, uma vez que desvia a "atenção política" do país para outros temas que não as propostas da Aliança Democrática. A coligação entre PSD, CDS e PPM apresentou, esta quarta-feira, o seu programa económico.