O presidente do PSD acusou, esta tarde, durante um encontro com emigrantes, em Albufeira, o Governo de estar a gastar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em obras públicas que não implementou nos últimos anos de governação. Montenegro diz que é necessário reter e colocar os jovens ao serviço do país.
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Perante uma plateia de emigrantes, Luís Montenegro afirmou que tem o sonho de que todos os emigrantes voltem a “a viver em permanência em Portugal” e aproveitou a oportunidade para deixar críticas a António Costa, que ontem visitou algumas obras que estão a ser feitas comn fundos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). “[As obras] são importantes, mas só estão a ser feitas agora porque o Governo do Partido Socialista cativou e engavetou esses investimentos durante anos”, afirmou.
Perante estas escolhas, Montenegro acredita que esse será mais um fator que vai colocar Portugal “na cauda da Europa”, agravando os problemas transversais do país como a emigração. “Enquanto estamos a fazer isso, os outros estão a utilizar os recursos financeiros para recriar a capacidade de as economias criarem riquezas”, afirmou.
Dar jovens "de bandeja" a outros países
No Dia Internacional da Juventude, o líder do PSD mostrou-se especialmente preocupado com a situação dos “jovens qualificados” que, todos os anos, estão a oferecer a sua capacidade de trabalho a outras economias, disse. E lamenta que o país tenha investido “muito capital a qualificar pessoas para as dar de bandeja a outras geografias e a outras comunidades para eles aproveitarem o investimento que nó fizemos”.
“O país está a falhar. É necessário um sobressalto cívico, político e empresarial. Temos de conseguir absorver no nosso mercado de trabalho estes milhares e milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades e dos nossos institutos politécnicos e colocá-los ao serviço do país”, acrescentou.
Defende voto eletrónico
Durante o encontro que juntou dezenas de emigrantes no Algarve, Montenegro realçou que o país tem a “obrigação de ter serviços públicos próximos” e uma rede de diplomatas consulares ao serviço dessas comunidades” que “são tão portugueses como os que vivem em Portugal”, afirmou.
O líder do PSD afirmou que um dos objetivos dos sociais-democratas é impulsionar a participação cívica e política dos emigrantes. E, acrescentou, que o Estado, para além de assegurar a integração destes portugueses quando saem de Portugal, deve manter “essa filosofia de tolerância, inteligência e autoexigência para acolher os imigrantes que procuram Portugal em busca de uma oportunidade de uma vida melhor”, atirou.
Lamentou ainda que o PS tenha medo de acompanhar o PSD na possibilidade de a lei eleitoral consagrar o voto eletrónico e de alargar o voto por correspondência às eleições europeias e presidenciais. “O Partido Socialista quer umas comunidades afuniladas, quer poucos para ver se controla melhor”, acusou o líder do PSD.
“Não vamos poder estar eternamente à espera de um impulso que é inevitável. Temos de garantir a fidedignidade do voto, mas já confiamos em muitas tecnologias para muitas coisas tão ou mais importantes do que essa”, acrescentou.