O líder do PSD recusou seguir o exemplo de Rui Rocha e pedir uma maioria absoluta para a coligação associada aos liberais. “Não estou preocupado com as sondagens”, afirmou Luís Montenegro, esta quinta-feira, numa arruada em Leiria.
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Entre um café tomado numa pastelaria da cidade, uma castanha oferecida por uma vendedora de rua, muitos cumprimentos e breves trocas de palavras com trabalhadores do comércio e transeuntes, Luís Montenegro fez, esta tarde, uma arruada em Leiria, onde recusou alinhar em pedidos de maioria absoluta, como os que foram feitos pelo líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, e continuou a desvalorizar as sondagens, expressando confiança na "vontade genuína" de mudança que diz sentir nas ruas. O líder da AD recebeu também várias manifestações de solidariedade pelo ataque com tinta verde de que foi vítima na quarta-feira.
"O que lhe fizeram, não se faz. Assim, perdem a razão", atirou Maria de Jesus, que há 54 anos vende castanhas nas ruas de Leiria e que ontem esteve também à conversa com Pedro Nuno Santos, o líder do PS que fez o mesmo percurso hoje realizado por Luís Montenegro. "Vêm cá todos", diz a mulher, entre risos, já com o líder da AD pelas costas, avenida dentro.
Pelo caminho, encontrou um antigo autarca local do PSD, que lhe expressou confiança na vitória - "vamos ganhar"; cruzou-se também com a candidata do Volt, Inês Figueiredo, e deixou um repto a duas eleitoras, que encontrou na pastelaria onde tomou a bica e que lhe confessaram ainda não saber em quem votar: "Pensem bem e decidam melhor".
"Não têm candidato mais simpático", afiança Telmo Faria, antigo presidente da Câmara de Óbidos e cabeça-de-lista da AD por Leiria que acompanha Luís Montenegro nesta arruada, mas que poucos pareciam conhecer.
Já a terminar o percurso, feito numa das principais ruas de Leiria, a Avenida Heróis de Angola, Luís Montenegro assegurou não estar preocupado com as sondagens, nomeadamente com a última da Universidade Católica, que aponta para um aumento do número de indecisos.
"Genuína vontade de mudar"
"A minha expectativa é que no dia 10 haja alta taxa de participação e que os portugueses possam nas urnas provar aquilo que estamos a ver na rua, uma genuína vontade de mudar e de apoiar uma mudança segura, que quer transformar o país", afirmou Luís Montenegro, que se escusou a alinhar com Rui Rocha e pedir uma maioria absoluta para a AD, em conjunto com a Iniciativa Liberal.
"Vou permanecer fiel aos meus princípios de campanha e continuar a falar para as pessoas", respondeu o candidato da AD, acrescentando: "Não me conformo com um país que cresce menos de 2%, que perde os jovens para o estrangeiro, que deixa muita gente para trás. Não me conformo com tantos pobres em Portugal".
Instado a comentar as manifestações de solidariedade que recebeu em relação ao episódio de quarta-feira, Luís Montenegro garantiu que se sente "seguro" e que não lhe parece que haja necessidade de novas medidas de segurança. "Não tenho notícia de que o risco seja de modo a ter necessidade de medidas de segurança. Sinto-me seguro na rua, tranquilo", assegurou Montenegro.