
Montenegro diz que ficou provado que exerceu sempre funções em regime de exclusividade e que nunca recebeu avenças
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Luís Montenegro considerou, esta quarta-feira, que ficou provado que "nunca foi avençado de ninguém" e que exerceu sempre as funções de primeiro-ministro "em exclusividade". "Nunca atendi a qualquer interesse particular", vincou, numa declaração ao país.
Depois de deixar claro que todas as entidades (Ordem dos Advogados, Procuradoria Europeia, Ministério Público e Polícia Judiciária) concluíram pela "inexistência de indícios de ilegalidade ou indícios criminais" no caso da Spinumviva, Luís Montenegro considerou ser "justo e adequado afirmar sem reservas" que exerceu "sempre as funções de primeiro-ministro em regime de exclusividade" e nunca foi "avençado de ninguém" desde que assumiu funções de presidente do PSD.
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Numa declaração ao país, sem direito a perguntas, o primeiro-ministro vincou ainda: "Tudo o decidi no exercício de funções públicas foi atendendo ao interesse público e nunca atendendo a qualquer interesse particular".
"A sociedade familiar que fundei só teve receitas em função de concretos e efetivos trabalhos que efetuou, desde o seu primeiro dia de funcionamento até ao dia de hoje. Nem eu, nem a minha família, obtivera, qualquer vantagem indevida ou qualquer incremento patrimonial ilícito", reforçou, depois de ter elencado todos os meios de prova e de informações prestadas à Justiça a propósito do caso Spinumviva.
No final da declaração, Luís Montenegro deixou uma reflexão ao país, que considerou devida depois do arquivamento do caso que o forçou a entregar no Parlamento uma moção de confiança, cuja rejeição levou à antecipação de legislativas.
"Não são as capas dos jornais nem despachos de abertura de inquéritos, com denúncias infundadas quase sempre anónimas, que conduz a política e a democracia. O escrutínio jornalístico e judicial é essencial à democracia, mas também eles devem funcionar com regras e as regras não podem ser a utilização de expedientes para exibir estórias mal contadas", avisou Luís Montenegro, acrescentando: "Aqueles que ultrapassam os limites da sua condição e função, os limites das regras e da verdade caem na tentação totalitária."
