Francisco Pinto Balsemão morreu, esta terça-feira, aos 88 anos, de causas naturais, rodeado pela família, anunciou a Impresa, grupo que fundou e presidiu durante décadas.
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Considerado uma das maiores referências da imprensa em Portugal, Pinto Balsemão marcou a história do país como defensor intransigente da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa. Em 1973, lançou o semanário "Expresso", que rapidamente se tornou uma referência jornalística nacional, e, em 1992, deu início à SIC, a primeira televisão privada portuguesa, estabelecendo um marco na história dos média no país.
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Além da carreira mediática, foi um dos fundadores do Partido Social Democrata (PSD), em 1974, e exerceu funções políticas de relevo, nomeadamente como primeiro-ministro de Portugal entre 1981 e 1983. Durante os seus mandatos, foram implementadas reformas decisivas para a consolidação da democracia, como a Revisão Constitucional de 1982, o fim do Conselho da Revolução e a criação do Tribunal Constitucional.
Francisco Pinto Balsemão nasceu em Lisboa, a 1 de setembro de 1937, e era casado com Mercedes Presas Balsemão. Pai de cinco filhos e avô de catorze netos, completava também o papel de bisavô. Formou-se em Direito na Universidade de Lisboa e iniciou a sua carreira jornalística no Diário Popular, seguindo-se uma longa trajetória como diretor, editor e empresário nos média portugueses.
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Ao longo da vida, acumulou diversos cargos académicos, nacionais e internacionais, incluindo a presidência do Instituto para o Progresso Social e Democracia, do European Publishers Council e da PMP - Plataforma de Media Privados, entre outros. Lecionou na Universidade Nova de Lisboa, dirigiu o Prémio Pessoa e publicou diversos livros, entre os quais a sua biografia "Memórias", lançada em 2021.
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Em reconhecimento da sua carreira e contribuição para Portugal, foi agraciado com várias Ordens Honoríficas nacionais e internacionais, incluindo a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e, recentemente, a Grã-Cruz da Ordem de Camões, no dia do seu 88.º aniversário.
Os detalhes sobre as cerimónias fúnebres ainda não foram anunciados.